A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) alerta a população que o acompanhamento das pessoas que são sorologicamente positivas para o HIV e pessoas que vivem com Aids no Estado é feito no Serviço Ambulatorial Especializado (SAE), que oferece estrutura necessária para realizar os tratamentos aos portadores. O tratamento pelo SUS é o mesmo que qualquer região do país.
O alerta é decorrente de um possível golpe que está sendo aplicado em Boa Vista. Segundo relatos ao Núcleo Estadual de Controle das DST/HIV/AIDS, existe uma pessoa que estaria percorrendo sinais, comércio e até unidade hospitalar, angariando recursos com a afirmação de que a verba será destinada para o tratamento de crianças portadoras de H.I.V em outros estados.
No golpe estaria sendo usado um documento que cita que as crianças estão na casa do Imigrante e que a iniciativa conta com o aval de uma das médicas infectologista, Cassandra Mangabeira, referência nesta área no estado, que há 19 anos trabalha com pacientes soropositivos em Roraima. “Eu e toda equipe do SAE queremos deixar claro que isto é um golpe e que nenhum momento solicitamos auxílio de terceiros pois temos todo o respaldo para cuidar destes pacientes aqui”, explica a médica.
No SAE os portadores são acolhidos por uma equipe de multiprofissionais como: Assistente Social, Psicólogo, Enfermeiro, Clínico Geral, Infectologista, Pediatra, Farmacêutico e Técnico em Enfermagem que realizam o tratamento e acompanhamento periódico dos pacientes.
Uma das pessoas abordadas nesta semana pelo golpista foi Renildo Araújo, funcionário público. Segundo ele, um homem que se identificou como Heleno solicitou a ajuda alegando que o dinheiro seria usada para a compra das passagens para transportar 30 crianças para Brasília para o tratamento de H.I.V. “Ele veio falar comigo na frente do Pronto Socorro, mas como eu já conhecia a Dra. Cassandra eu liguei imediatamente para ela, ele ficou desconcertado e saiu de perto”, afirma.
CRIANÇAS SOROPOSITIVAS
De acordo com a técnica do Núcleo de DST/HIV/AIDS, Neusa Nascimento, quando se trata de criança infectada significa que ela teve contato com o vírus durante a sua gestação. “Quando a mãe recebe o diagnostico na atenção básica ou mesmo em uma unidade hospitalar, ela é encaminhada para o Centro de Referência da Saúde da Mulher, No momento do parto toda a equipe já está preparada e são tomados todos os cuidados para continuar evitando a transmissão vertical”.
Após o parto a criança é encaminhada ao SAE e lá será acompanhada e receberá medicação específica até os 24 meses, quando então é realizado exame para verificar se esta criança foi infectada com o vírus. “Quando é realizado este trabalho de prevenção desde a gestação ao parto e também no início da sua vida, essa criança tem uma chance de 98% de não portar o vírus”.
Se a criança desenvolver o vírus, continuará recebendo o acompanhamento periódico de pediatra e infectologista. A técnica também, esclarece que o tratamento que é realizado em Boa Vista é o mesmo praticado nos outros estados. “Nunca precisamos mandar ninguém para Tratamento Fora de Domicílio. Os procedimentos são os mesmos em qualquer lugar do Brasil e estamos preparados para atender todos os portadores”, reitera.