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Catapora

Mais de 80% dos casos em Roraima foram em crianças.


Vacina do SUS disponível 
 
Em 2013, foram notificados 1.505 casos de catapora em todo o estado. Destes, 1.280 em crianças com até 14 anos de idade, o que representa 85,04% do total geral. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan/Net) do Ministério da Saúde (MS).
 
Em relação à localidade com maior incidência da doença, Boa Vista é o município que mais registrou casos de catapora, por ser o que concentra mais de 60% da população do estado. Do registro total, 1.073 casos foram notificados na capital, ou seja, 71,29%.
 
Segundo Viviane Massue Sakazaki, que está respondendo pelo Núcleo Controle das Doenças Exantemáticas, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o principal motivo do alto índice de notificação na capital é o tamanho da população em relação aos municípios do interior. “A maioria da população do estado está concentrada em Boa Vista”, explica a gerente, reforçando que também existem casos da doença no interior em que as pessoas preferem vim à cidade para tratar, o que acaba sendo notificado em Boa Vista.
 
O médico infectologista, Mauro Asato explica que a catapora, também conhecida como varicela é uma doença aguda e altamente contagiosa. O principal sintoma é o surgimento de lesões na pele, que começa como bolhas avermelhadas, podendo ser acompanhada de febre moderada. O infectologista reitera que o diagnóstico precoce é muito importante para que sejam evitadas complicações em decorrência da doença.
 
Asato esclarece que a melhor forma de prevenção ainda é a vacinação. Evitar o contato com pessoas infectadas, também pode evitar o contágio. Em setembro de 2013, a vacina que imuniza contra a catapora entrou para o calendário do esquema vacinal da criança. A partir dos 15 meses de idade até 23 meses e 29 dias, as vacinas são garantidas pelo SUS. As doses estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Na rede privada a imunização custa em torno de R$ 380,00.
 
A vacina também está disponível desde 2000 no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), que funciona no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMI). Neste caso só poderão receber as doses, as pessoas passíveis e em situação de pré-exposição, as pessoas sem história de varicela e com maior risco de desenvolver doença grave e ou complicações associadas. Também está disponível para toda a população indígena acima de um ano de idade, devido a alta vulnerabilidade dessa população.
 
Com a população vacinada, o Estado pretende reduzir internações pela doença. De acordo com informações do Ministério da Saúde (MS), a vacina tetra viral, que imuniza contra a catapora, sarampo, caxumba e rubéola, tem 97% de eficácia e, raramente, causa reações alérgicas.
 
A bancária Gizele Amorim, 35 anos, tem uma filha de sete anos, conta que voltou recentemente de uma viagem e quando chegou encontrou a sobrinha de seis anos com catapora. Segundo ela, a pediatra da filha já havia feito a prescrição e a incentivado a vacinar a criança. “Protelei em levá-la para vacinar porque ela já passou da idade preconizada para receber a vacina pelo SUS, porém quando vi minha sobrinha sofrendo com catapora, fiquei muito preocupada com a minha filha e então a levei para vacinar. Elas sempre brincam juntas e outra, ela (sobrinha) estava muito debilitada, com febre, com muita coceira”, relata a mãe dizendo que o pior da doença além do mal-estar, é o isolamento em que a criança precisa submeter-se para que não transmita a outras pessoas.
 
Já a funcionária pública, Emanuele Nascimento, 31 anos, não levou a filha de dois anos para receber a vacina e se arrependeu. “Nunca pensei que seria tão incômodo para a criança estar com esta doença. Achava que era algo mais simples e fácil de lidar, porém percebi o quanto ela sofreu por causa das feridinhas que tomam conta do corpo e coçam muito. Realmente vale a pena vacinar”, desabafou a mãe.

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