Educação Indígena

Escolas nas malocas retomam atividades nos meses de fevereiro e março.

Por Edersen Lima,
06 de janeiro de 2014
em Opinião Formada

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Escolas têm calendário diferente

Em 2014, 138 escolas estaduais indígenas retomarão as atividades letivas no dia 3 de fevereiro e outras 120 somente no dia 3 de março. A Educação Escolar Indígena possui um Calendário Escolar diferenciado do Ensino Regular comum em virtude de os professores indígenas participarem de cursos de formação.

Os 200 dias letivos preconizados pela Lei N° 9394/96, Lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (LDBEN), serão respeitados. Para as escolas que iniciam as aulas em fevereiro, o ano terá 210 dias letivos.

O primeiro bimestre será de 3 de fevereiro à 16 de abril com 53 dias, o segundo bimestre será de 17 de abril a 27 de junho com 52 dias. Já o terceiro bimestre está previsto para o período que vai de 14 de julho a 24 de setembro, com 53 dias. O recesso escolar será de 30 de junho a 13 de julho.

O quarto e último bimestre será de 29 de setembro a 5 de dezembro, com 52 dias letivos. O período de 8 a 19 de dezembro está reservado para a recuperação final e as férias escolares terão início no dia 22 de dezembro.

As outras 120 unidades de ensino indígenas que iniciam as aulas somente no dia 3 de março terão 200 dias letivos, com o primeiro bimestre do dia 3 de março a 7 de maio com 50 dias. O segundo bimestre será de 12 de maio a 18 de julho e também terá 50 dias letivos.

Dia 4 de agosto começa o terceiro bimestre, seguindo até o dia 10 de outubro, com 51 dias letivos. O recesso escolar será de 19 de julho a 2 de agosto. O quarto bimestre será de 13 de outubro a 16 de dezembro e contará com 49 dias. De 17 a 19 de dezembro será o prazo para recuperação final e as férias terão início no dia 22 de dezembro.

Ineide Izidoro, chefe da Divisão de Educação Indígena (DIEI) da Secretaria Estadual de Educação e Desportos (SEED), disse que para 2014, serão trabalhados três temas dentro da Educação Indígena: propostas pedagógicas, revitalização da língua materna e a inclusão dos saberes indígena no Currículo do Ensino Médio.

Além disso, ela destacou ainda que neste ano, a DIEI irá realizar um atendimento mais direcionado aos professores das línguas maternas Wapichana e Macuxi. “Criamos dentro da Divisão uma Comissão de Atendimento exclusivo aos professores da Língua Materna para que seja realizado um acompanhamento pedagógico mais específico, em busca da melhoria da aprendizagem do aluno”, destacou Ineide Izidoro.

EDUCAÇÃO INDÍGENA

Roraima é o primeiro Estado do Brasil a ter a carreira de Professor Indígena. O Estado conta hoje com 258 instituições de ensino e pouco mais de 13 mil alunos matriculados. As escolas indígenas oferecem aulas nas modalidades de Ensino Fundamental (1° ao 9° ano), Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Em 2013 o Governo do Estado contratou mais de 1.300 docentes indígenas, que estão em constante capacitação no Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima (CEFORR) e 34 escolas que funcionavam sem regulamentação passaram a atuar dentro da legalidade.

Os estudantes indígenas têm aulas em Português e também na língua materna indígena. Os professores participam constantemente de cursos de formação, a exemplo do Tamî’kan (sete estrelas, na língua Macuxi), que capacitou 249 docentes indígenas das regiões das Serras (Uiramutã/Raposa Serra do Sol), Baixo Contigo, Raposa, Amajari, São Marcos, Wai-wai e Serra da Lua, envolvendo as etnias Macuxi, Wapichana, Wai-wai, Ingaricó e Yekuana.

O curso Yarapiari (nome dado ao espírito do sabiá) já capacitou 76 professores Yanomami, na formação específica em Magistério. Os docentes aprendem História, Geografia, Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, Educação Física, Educação Ambiental, princípios da Educação e Pesquisa. O curso tem duração de quatro anos.

E o Murumurutá (nome do pássaro curripião, na língua Macuxi), capacitou 86 professores indígenas, sendo 63 da etnia Macuxi e 23 Wapichana, com a finalidade de aprimorar os conhecimentos de Língua Materna.