- 26 de novembro de 2024
Sinal amarelo
BRASÍLIA - Ainda não chega a ser um cenário de alto risco, mas o sinal amarelo acendeu dentro do Palácio do Planalto. Motivo: além de preocupada com o ritmo da economia, Dilma Rousseff teme um repique da inflação neste ano.
Ela queria um crescimento do PIB brasileiro de pelo menos 4,5% no seu primeiro ano de mandato. Passou a se contentar com algo na casa dos 4% e, agora, foi avisada que pode ficar abaixo disso.
Além disso, foi informada por assessores que há um risco de a inflação voltar a subir em setembro e outubro, meses complicados no cenário econômico por conta de pressões salariais.
Foram esses alertas que levaram a presidente a insistir nos últimos dias que 2011 será um ano de sacrifícios. E que, por isso, não era possível atender o pedido de seus aliados e liberar verbas antigas das emendas parlamentares.
Foi obrigada a recuar diante do estado de rebelião de sua base de apoio no Congresso. Falou mais alto o pragmatismo e o risco de derrotas no Legislativo.
Ganharam a parada deputados e senadores governistas, nada dispostos a atender o apelo palaciano -que para eles estava mais para imposição do que para pedido.
Enfim, Dilma estava batendo o pé em nome do ajuste fiscal, mas foi alertada de que também não pega nada bem no mercado a sensação de falta de governabilidade, de um governo sem controle de sua base aliada no Congresso.
O fato é que tem razão a presidente ao insistir que 2011 é período de sacrifícios. Além do risco de piora do cenário interno, o externo não é nada promissor: economia dos Estados Unidos patinando e uma Grécia em apuros.
Agora, não tendo sensibilizado seus aliados na busca de mostrar comprometimento com um ajuste fiscal rigoroso, Dilma pode muito bem fazer sua parte para melhorar as expectativas do mercado. Que tal fixar em lei metas de redução dos gastos públicos?