- 26 de novembro de 2024
Fonte jorrando informações... isso é bom!
O Fontebrasil, é verdade, tem sido hoje o veículo de comunicação mais democrático de Roraima. A única coisa que talvez seja uma pena, é que ainda não tenha sua versão impressa – já que nem todos no estado têm acesso às bandas estreitas ou largas da internet.
Nos últimos tempos, temos tido a oportunidade de ler no Fonte notícias de origens diversas, análises políticas, artigos de cabeças bem distintas umas das outras. Temos colunistas sociais de várias tendências e que circulam em tribos diferentes. É legal isso. Diversidade cultural, ideológica... a gente acaba ficando por dentro de tudo um pouco. Isso é bom.
E o papel da imprensa tem que ser esse mesmo, o de viabilizar informações e deixar que – de posse delas – as pessoas formem suas próprias opiniões.
Seguindo essa linha meio que de fórum de debates, quero pegar um gancho no artigo do Deputado Raul Lima – título “Novo Começo”, publicado no Fonte ontem (28.06), onde o parlamentar federal fala sobre a situação de Boa Vista, em termos de gestão.
Muito oportuno o artigo, porque é preciso pensar na cidade, nos municípios, além das nossas casas. De certa forma, a gente precisa parar de olhar um pouco só para o umbigo. Ainda mais que o ano que vem teremos eleições municipais.
No caso de Boa Vista, vamos ter um novo gestor - já que o prefeito Iradilson não pode mais se reeleger. É preciso e necessário discutirmos os problemas que temos hoje. As falhas precisam mesmo ser apontadas. E, como cita o Deputado Raul e bem disse o ex-prefeito Júlio Martins, temos mesmo duas capitais – só que, a meu ver, uma Boa Vista antes e uma depois de Teresa.
Fazer qualquer análise de gestão administrativa, sem citar a época da ex-prefeita Teresa Surita, fica difícil. Não tem como esquecer ou passar batido no tempo em que Teresa administrou Boa Vista, transformando completamente a cidade. Teresa foi além das mudanças físicas, comuns a qualquer gestor. Ela mudou o estilo de governar e foi aí que seu governo deu certo.
Teresa administrou com as pessoas, com as lideranças, com o povo. Soube ouvir o que cada dona de casa ou pai de família precisava ou queria, para seus filhos e para seu bairro. A Prefeita Teresa soube não só enxergar as dificuldades, mas planejar a cidade partindo delas. E esse olhar da Teresa, há exatos 10 anos, foi de fora para dentro. Da periferia para o centro. Dos mais esquecidos aos mais privilegiados.
Nunca esqueço a Teresa dizer que, se ela não conseguisse incluir a dona fulana – que estava morando num barraco, sem emprego, doente, com filho drogado – na cidade; se a dona fulana não fosse atendida pelos serviços sociais prestados pelo poder público, ela nunca conseguiria transformar Boa Vista numa cidade melhor. Porque ela tinha certeza que um governante só torna um lugar melhor se as pessoas estiverem vivendo melhor. Isso é gestão pública. É planejar a vida na cidade. Também e principalmente os “excluídos” tinham que se sentir pertencentes, fazendo parte. E, o grande segredo da Teresa e de sua gestão como prefeita – na minha opinião –, foi enxergar as pessoas em primeiro lugar.
Voltando então ao artigo do Deputado Raul Lima, por trás dos buracos, das lâmpadas queimadas, do lixo nas ruas, das filas nos postos de saúdes, existem pessoas e é nelas que o próximo prefeito ou prefeita tem que voltar a pensar.
Jornalista – MTb 15.509