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FRANCISCO ESPIRIDIÃO

Que país é esse?


Que país é esse?

Sob a égide do PT, o Brasil se torna cada vez mais surpreendente. Surpreendente não no sentido benéfico, mas sim, no que há de mais pernóstico em termos de atitudes humanas.

Estamos, dia após dia, forjando um conceito espúrio e extremamente negativista sobre nós mesmos diante das demais nações civilizadas. Seguimos uma esburacada estrada que em breve nos tornará a escória do mundo.

O tal do politicamente correto toma conta das consciências. Conceitos antes tidos como virtude, decência e bons costumes, tudo hoje é jogado solenemente na lata do lixo.

Os mais jovens já não têm mais em quem se espelhar. Os líderes sucumbem no lamaçal do pecado. A cara não fica vermelha quando são pegos com a boca na botija.

Um ministro é flagrado na imoralidade do enriquecimento ilícito – 20 milhões de reais em quatro anos e, destes, 10 milhões apenas em dois meses – e nem por isso é demitido do cargo. Pede para sair para "não prejudicar o diálogo no governo".

De outro, descobre-se que forjou o conhecido "Escândalo dos Aloprados" (arrecadação de dinheiro para forjar dossiê falso), e nem por isso é incomodado. Permanece na alta cúpula do governo.

A título de uma liberdade desvairada, embarcamos todos na canoa furada do vale tudo. Liberou geral! (Falta ainda as drogas, mas, pelo andar da carruagem, está bem perto disso).

Até para as autoridades roubarem já tem lei proposta no Congresso, com pompa e circunstância.

Por meio dos instrumentos regulatórios, a sociedade não poderá mais tomar conta daquilo que o governo pretende gastar com os preparativos da Copa de 2014.

Num país onde autoridades surrupiam até cestas básicas destinadas a desabrigados das chuvas no Nordeste (estado de Alagoas), como se acreditar que a montanha de dinheiro destinada a tal preparação será mesmo consumida de forma honesta?

No Brasil a Justiça está em constante conflito com a justiça. Decisões são tomadas umas de encontro às outras. Não se sabe mais o que é certo e o que é errado.

A Alta Corte (leia-se STF - o Supremo Tribunal Federal) liberta o supercriminoso italiano Cesare Battisti, que matou quatro em seu país e, por isso, condenado a prisão perpétua, enquanto o governo petista extradita dois atletas cubanos pelo crime de terem abandonado a delegação e se eximido de voltar para a Ilha.

O ex-jogador Edmundo, condenado pela morte de três jovens em um acidente de trânsito ocorrido em 1995, não conseguiu passar mais que 18 horas no xadrez. As famílias dos mortos que se lixem.

Enquanto isso, Angélica Teodoro, que surrupiou um pote de margarina de um supermercado, em São Paulo, ficou na prisão por nada menos que 123 dias. Aguarda em liberdade a decisão final dos recursos impetrados.

Este é, definitivamente, um país de cabeça para baixo.

Francisco Espiridião é jornalista; e-mail: [email protected].

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