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Aroldo Pinheiro

Bethânia, Espiridião e a cultura brasileira


Bethânia, Espiridião e a cultura brasileira

Maria Bethânia está autorizada pelo Ministério da Cultura a captar R$1,3 milhão para o blog dela. Isso mesmo: R$1.300.000. Um milhão e trezentos mil com todos os zeros.

Speed (o apelido é Espide, mas, para conferir ar mais aristocrático, dei-lhe um toque bretão), injuriando afirma: “Não gastei nem um centavo para construir minha página na internet, não desembolso nada para mantê-la. Não consigo entender o porquê de toda essa dinheirama para a irmã de Caetano”. Nem eu, Speed.

J.R. Guzzo, em artigo publicado na revista Veja do dia 16 de março, pergunta: “Para que serve o Ministério da Cultura?” E responde: “Para nada que seja do interesse público”. Serve para financiar o que ninguém tem interesse de ver. O articulista afirma: “O Ministério da Cultura jamais tornará o Brasil mais culto. Nunca conseguiu desde a sua fundação; não há nenhum fato sugerindo que venha a conseguir um dia”.

Espidi está concluindo uma nova obra. O livro, que narra experiências do ex-sargento da Polícia Militar de Roraima nos garimpos do furo Santa Rosa, será publicado com recursos próprios do escritor. Com sarcástico ar inocente, Francisco Espiridião propõe: “Se Bethânia destinasse só dez mil para meu livro, ainda ficaria com um milhão e duzentos e noventa mil para declamar poesias que não interessam a ninguém”. E conclui: “Eu até abriria um link no meu blog para divulgar a baiana de Santo Amaro da Purificação.”

É, Speed. Seu erro foi ter nascido em Rondônia, morar em Roraima e não ter nenhum relacionamento com a ministra da Cultura, Ana, cujo único mérito é ser irmã de Chico Buarque.

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