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Renato Queiroz

Minha Camisa Amarela


Minha Camisa Amarela

Hoje acordei muito tarde. Tive pesadelos horríveis a respeito do futuro de nosso Estado. Lavei a cara e repentinamente abri meu guarda-roupa, quando me deparei com ela, a minha linda camisa amarela.
Isso serviu pra me lembrar de muitas coisas, e a principal delas foi que no dia 30 de Outubro de 2010, eu e milhares de pessoas juntas, independente do que aconteceu ontem e do que acontecerá nos dias seguintes, ganhamos mais uma eleição.
Essa camisa não representa e nunca representou um nome. Ela representou na época uma causa, um ideal. Particularmente sempre fui muito consciente do que estava fazendo, e acredito que milhares e milhares de pessoas sabiam também.
Com essa camisa amarela entrei em várias casas, invocando valores básicos da vida como forma certeira de convencer do contrário uma pessoa que escolherá na época, segundo minhas convicções, o candidato errado. Mudei muitos pensamentos na raça, com argumentos sólidos e muita educação, andando algumas vezes no sol quente e tantas outras vezes pela madrugada - em nenhuma dessas vezes escutei essa rádio e jamais entrei em alguma casa que estivessem escutando - mesmo assim conheço pessoas que fizeram muito, mas muito mais do que eu.
Portanto, o sabor da pós-apuração, da verdadeira e legítima vitória, do grito emocionado, dos abraços verdadeiros, das lágrimas de felicidade e do sentimento de dever cumprido por tudo que fizemos ter valido a pena, ninguém pode tirar da gente!
Ninguém pode querer usurpar esse mérito agora, com simulações falsas de sentimentos de uma vitória que não lhes pertencem.
Vi pessoas pulando e gritando nas ruas, requerendo para si o legítimo sabor da genuína vitória que jamais irão usufruir, pois enquanto estavam desoladas em casa,  advogados trabalhavam para reverter o quadro – mérito deles – conseguiram uma relevante vitória no campo jurídico, do qual - tenhamos a humildade de assumir - quase nada entendemos ou temos à ver.
O principio democrático básico para nós, seria o respeito à vontade do povo. Resumiu-se isso em uma seletíssima mesa de sete magníficos senhores, que detiveram o poder de desfazer todo um processo eleitoral propagado pelo próprio governo federal como o “mais moderno e seguro do mundo”.
Eles fizeram suas considerações e sim, podem ter causado a perda de mandato de um governador, mas o alcance de seus poderes encontram seu limite ali.
O sabor da vitória ainda persistirá na boca dos “amarelinhos”, é verdade que não temos motivos para comemorar - se observarmos direito, tão pouco os tem os que o fazem agora – também não temos motivos para nos envergonhar ou baixarmos a cabeça, é hora de exercer o respeito mútuo - como de praxe - e de aguardar, pois tão imprevisível quanto à decisão judicial que por hora nos desconforta, são as decisões judiciais que logo virão.


 

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