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Viva o Zé Pereira, o Povo e a Praça da Bandeira


Viva o Zé Pereira, o Povo e a Praça da Bandeira

O Grêmio Recreativo e Cultural Escola de Samba Praça da Bandeira diante da crônica do nobre jornalista Aroldo Pinheiro publicado no jornal Fonte Brasil no dia 25 de janeiro de 2011, "Viva O Zé Pereira" onde ao retorquir que, as agremiações carnavalescas - Escolas de Samba  em outras palavras, não aplicam com seriedade os recursos (dinheiro) repassado pelo poder público dentre outros comentários passa a esclarecer o seguinte:

Em parte o ilustre jornalista tem razão quando diz que o carnaval de Boa Vista "Acabou-se o que era doce". Quem sabe o folião Zé Pinheiro do “Bloco do Pó” tivesse deixado sucessores não teríamos mesmo um carnaval a sua altura? Ou, aqueles com a obrigação de prosseguir na história, tirassem a máscara do saudosismo piegas e a purpurina da mediocridade e contribuíssem com, críticas inteligentes, mas... deixa pra lá.

Quero dizer ao "folião" Aroldo Pinheiro e esclarecer a seus leitores e aos brincantes desta folia que a Praça da Bandeira como todas as outras agremiações carnavalescas país afora e aqui não é diferente, nasceu de uma brincadeira. De um grupo de jovens como os ilustres José Pinheiro, Eusébio Maia, Deusdete Coelho, Júnior Campos e tantos outros brincantes que saíram às ruas e fizeram história.

Todas estas agremiações, sem exceção, são subsidiadas de uma forma ou de outra, pelo poder público, senão por estes, através da inciativa privada e empresas mistas no caso da Riotur-RJ. Ou vossa senhoria acha que o Bloco "Kanaimé" é diferente e vai distribuir abadá de graça. Se assim for, isso tem um custo e alguém deve arcar com a grana. Nada contra seus organizadores.

..."misturar axé com escola de samba e deu no que deu: levaram a alegria das batalhas de confete para, em seu lugar, deixar pobreza...". Se isto aconteceu não foi culpa das escolas de samba alguém deixou de brincar na rua e não fomos nós. Se o carnaval boa-vistense é pobre e teria outros ritmos e rumos sem a influência das escolas de samba do Rio de Janeiro pra gringo ver ou do “axé-music” via “mijódromo”, não cabe a culpa às escolas ao menos, caríssimo jornalista, vamos aqui socializá-las.

A título de esclarecimento o carnaval em Boa Vista existe até hoje graças à audácia de pessoas como Jaber Xaud, Tia Sabá, Francisco Cordeiro, Jorge Aragão, Euzimar Ribeiro, Dedé Barbosa (Praça), Professor Sebastião(Mecejana), Braminha e Nuno Cordeiro(Império) fundadores destas agremiações e inúmeros anônimos que ainda teimam em vestir TNT e cobrir-se de papelão para dar ao menos circo ao povo, já que não tem nem o pão.

A Praça da Bandeira reúne mais de 50 famílias em torno do carnaval, tem cerca de mil brincantes, oferece emprego, mesmo que temporário, a mais de 50 pessoas, valoriza o artista local e nunca visou lucro pessoal mencionado maliciosamente em seu texto, tampouco “... trocar os carros que desfilarão com a parentada pela cidade, mudar a alegoria das casas em que vivem e investir em coisas que nada têm a ver com a festa momesca” (...). Que pena!

É lamentável saber que o filho de um dos mais ilustres foliões anda um pouco desacordado da realidade e não vive a aflição e apoteose de levar à avenida uma escola de samba, mesmo doando TNT e isopor para que "façam mágica" com papel celofane, pois temos mesmo que fazer mágica para dar vivas ao Zé Pereira, a Praça da Bandeira e ao povo que merecem mais respeito.


Romildo Pereira Damasceno – Presidente da Escola de Samba Praça da Bandeira

 

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