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Natanael Gonçalves Vieira

Viação brasileira em caos


VIAÇÃO BRASILEIRA EM CAOS

Faço algumas viagens constantemente do Rio de Janeiro para Boa Vista, passando por Brasília e Manaus. Boa Vista é a capital do Estado de Roraima, local onde se encontra o ponto extremo do Brasil. Diante disto podemos afirmar que o ponto extremo do Brasil é do Rio Ailan no norte de Roraima ao Chuí no Rio Grande do Sul.
Temos muitos problemas com as companhias aéreas em todo território nacional, Boa Vista não é diferente. Em muitas cidades não temos Anac, Lá em Boa Vista temos Anac só no papel, em Manaus a mesma coisa. Mesmo sendo todos aeroportos internacionais. E quando temos alguns problemas não temos a que recorrer. É, de se perguntar para que serve a Anac. Ninguém saber dizer.
No Brasil os passageiros estão à deriva, sem apoio nem para ouvir as muitas reclamações. Eu já entrei na justiça, e ganhei as pelejas jurídicas. Sabem quando o juiz condenou a companhia: Foram irrisórios mil reais. O valor de tais condenações, não vale o tempo perdido, nem o papel gasto. Não sei se há algum acerto entre a justiça e as companhias. No entanto, é ridículo tal pagamento. Já não faço mais nenhuma reclamação judicial. É um escárnio para os passageiros, vergonha para a justiça e lucro para as companhias que recebem o direito de transgredir.
Toda vez que entro em alguma aeronave recordo-me do Ministro Jobim, que de forma peremptória disse que modificaria o tratamento das companhias aéreas, inclusive as cadeiras de Barbie. Ledo engano passou-se anos, mudaram presidentes e nada aconteceu. Em nossos lugares, não podemos nem mexer os olhos, e quase não respiramos, junto com os vizinhos. Não podemos mover nenhuma das pernas, dos braços. É um transtorno viajar no Brasil. Todas as vezes que entro em avião sempre me lembro do senhor ministro.
O que desejamos do senhor ministro é o cumprimento a promessa que fez quando assumiu o poder. Prometeu que iria fazer da nossa viação um transporte digno para passageiros. E bom lembrar-lo que nem os animais têm nos seus estábulos tal tratamento. Quando tomo, um o avião sempre me lembro do senhor ministro, pernas comprida como as minhas, da mesma forma que me lembro do senhor prefeito de Boa Vista, quando meu carro passa por um dos milhões de buracos que infestam a cidade. Boa Vista é uma cidade que planta e conserva buracos. Um não cuida da aviação, o outro não cuida da cidade.
Quando o senhor ministro tomar o nosso avião, - ele é meu também - tão confortável, com cadeiras digna de seres humanos deveria se lembrar das promessas feitas há algum tempo atrás, para beneficiar todos nós.
Hoje nós sofremos com muitos atrasos, com cancelamentos, com a normal ignorância dos servidores das companhias e não temos com que reclamar. O que faz a Anac! Seus diretores andam vestidos de jalecos e passeando de um lado para o outro com logotipos nas costas, nos longos corredores de alguns aeroportos, dando entrevistas descabidas. Os problemas são ouvidos dando soluções ingênuas. Para isto e que serve a Anac!
Quando entrar no seu avião, senhor ministro, que é também nosso lembre-se dos passageiros anônimos que cortam os belos céus do Brasil, e estão esperando a tardia solução prometida pelo senhor.
Sugiro ao senhor ministro, que entregue tal missão ao senhor Genuino, pois sua vasta experiência corajosa no araguaia e honestidade de mensaleiro na Câmara dos Deputados, talvez chegue a conclusão desejada.
Nós continuarem viajando e sofrendo as mazelas inerentes da nossa aviação primária e caótica.

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Membro da Academia Roraimense de Letras - ARL
Rio de Janeiro, 08 de janeiro de 2011.

 

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