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Fim de ano

Anac cria \"puxadinho\" contra caos aéreo


Anac cria "puxadinho" contra caos aéreo

Para evitar um novo caos aéreo nos terminais do país neste fim de ano, empresas aéreas e as principais entidades governamentais ligadas ao setor finalizam hoje, no Rio, um plano de contingência para o período.
Já está certo que no aeroporto de Brasília haverá um terminal extra, com estrutura metálica e com quatro portões de embarque adicionais.
O objetivo é reduzir o tempo de embarque e desembarque e o congestionamento da pista. A medida pode ser estendida a outros aeroportos.
Em Cumbica, o maior do país, deve ser criada uma autoridade aeroportuária unificada, para organizar filas e aeronaves no pátio. Sob supervisão da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), serão reunidos nesse grupo Infraero, Polícia Federal, Receita e Vigilância Sanitária.
Além do aumento no volume de passageiros, que cresceu 25% de janeiro a outubro e deve manter o ritmo neste fim de ano, o maior número de frequentadores inexperientes nos aeroportos pode contribuir para atrasos.
"Há uma inclusão aérea no Brasil, a classe C está voando mais. Isso nos traz a obrigação de orientar passageiros sobre como é o processo em um grande aeroporto", diz Ruy Amparo, vice-presidente de Operações da TAM.
Amparo e representantes das outras cinco maiores aéreas do país -Gol, Avianca, Azul, Webjet e Trip- apresentarão hoje os planos para evitar caos nos terminais.
O evento, na sede da Anac, terá também Infraero (estatal que administra os aeroportos), Polícia Federal, Receita Federal e Departamento de Controle do Espaço Aéreo.
"Precisamos ver se as companhias têm condições de honrar os compromissos que estão assumindo e programar as operações nos aeroportos", disse o presidente da Infraero, Murilo Marques.

MAIS FUNCIONÁRIOS
Além das medidas inéditas -o "puxadinho" no aeroporto de Brasília e a criação da autoridade aeroportuária unificada-, estão previstas práticas comuns para períodos de demanda aquecida, como um maior número de aviões reservas e mais funcionários em terra e no ar.
Só a TAM contratou cerca de 600 pessoas para trabalhar nos aeroportos e 1.300 tripulantes. Também está na pauta a junção de operações entre as companhias aéreas.
Segundo Marques, devem ser relacionados os horários previstos de voos extras e de voos charter (fretados) para garantir o escalonamento e evitar congestionamentos. A estatal também está atenta à possibilidade de "overbooking" (quando as empresas vendem mais passagens do que os assentos disponíveis).
"Não haverá caos", garantiu na sexta, em Brasília, o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Na ocasião, ele reagiu à manifestação da Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo), que classificou como "desastrosa" a situação atual dos aeroportos brasileiros. "Essa visão terrorista estabelecida pela Iata é meramente uma manifestação do setor comercial."
Neste ano, o passageiro já enfrentou ondas de cancelamentos de voos em dois episódios envolvendo a Webjet e a Gol, cujas tripulações excederam as horas de voo mensais permitidas.
O setor vive forte aquecimento, impulsionado pelo aumento da renda, do crédito e pelo dólar barato.

 

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