- 26 de novembro de 2024
Aqui, até boi voa
Todo mundo sabe que muitos gerentes de banco torcem para ter suas agências assaltadas. Uma maneira de acertar desfalques dados em caixa. Interessante é que, se os assaltantes são capturados, os números nunca batem. Por exemplo: o banco diz que levaram 500; os bandidos dizem que só roubaram 300; e a polícia só localiza 50. Enfim, numa história dessas, só o ladrão sai roubado.
Em Boa Vista, a morte de um bandido – suspeito de ter participado em assalto a estabelecimento bancário - de onde levaram R$ 120 mil – nos leva a constatar que parte dessa história se repete. A companheira do delinquente declara que ele chegou em casa com algumas armas e uma sacola cheia de dinheiro. Durante os minutos que se passaram entre e chegada do rapaz e ação policial, a bolsa e o dinheiro sumiram.
Isso de mexer com dinheiro em nossa cidade está virando piada e faz-nos lembrar de "O impossível acontece", coluna interessante na extinta revista O Cruzeiro. Vejam.
Há alguns anos, um avião, por falta de combustível, fez aterrissagem forçada na região do rio Murupu. Nele, uns malotes continham cerca de R$ 3,5 milhões em dólares e euros. Até hoje ninguém sabe de quem é o dinheiro. Nem o avião.
Há poucos dias, durante perseguição feita pela Polícia Federal, um pacote com R$ 100 mil foi jogado pela janela de um veículo. Como se fosse maldição, ninguém assume a propriedade da grana.
Agora, desaparece o dinheiro do assaltante morto pela polícia.
Parafraseando Ottomar Pinto - que parafraseava Maurício de Nassau: "Aqui, até boi voa".