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Francisco Cândido

General Penha Brasil


GENERAL PENHA BRASIL

Gostaria de corrigir a informação do jornalista Aroldo Pinheiro sobre a vida do nobre General Penha Brasil, merecedor de ter seu nome em uma Rua e numa Escola (Estadual General Penha Brasil). Aproveito a oportunidade para lembrar que já publiquei a história do General Penha Brasil na Coluna "Minha Rua Fala", no Jornal Folha de Boa vista.
GENERAL NESTOR PENHA BRASIL
PATRONO DO CENTRO DE INSTRUÇÃO PÁRA-QUEDISTA DO EXÉRCITO BRASILEIRO
Em Boa Vista, em sua homenagem, há a Avenida General Penha Brasil no Bairro São Francisco, e a Escola Estadual Penha Brasil – no Bairro Aparecida.
O General Nestor Penha Brasil, oriundo de uma família com tradições militares (o pai atingiu o posto de Major no Exército Brasileiro), nasceu na cidade do Rio de Janeiro, antiga Capital do Brasil, no dia 13 de Maio de 1900, tendo ingressado em 1917 na Escola Militar do Realengo/RJ, onde foi declarado Aspirante-a-Oficial da Arma de Artilharia em 10 de Dezembro de 1919. Era filho do casal: Zaqueu Penha Brasil e Maria Catarina de Faria Penha Brasil. Casou com a senhora Judith Penha Brasil, mas não teve filhos.
Da sua longa carreira destacam-se diversos comandos de unidades terrestres, desde o 7º Grupo de Artilharia de Dorso (Olinda), ao Núcleo de Formação e Treinamento de Pára-quedistas, Escola de Pára-quedistas do Exército, Núcleo da Divisão Aero-terrestre, Artilharia Divisionária da 2ª Região Militar, Comandante da 2ª Divisão de Infantaria, Comandante do 3º Exército e finalmente Presidente da Comissão Militar Mista Brasil - EUA.
Como Tenente-Coronel, em 1944/45, desempenhou as funções de oficial de Operações da Artilharia Divisionária, na Itália, durante toda a campanha desenvolvida pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) no decurso da 2ª Guerra Mundial.
Tendo iniciado no Brasil a sua especialização em pára-quedismo aos 49 anos de idade, tornou-se um veterano militar muito respeitado, tendo sido o primeiro oficial-general pára-quedista latino-americano.
Como Coronel, criou, organizou e comandou o Núcleo de Formação e Treinamento de Pára-quedistas do Exército, em 1945, a primeira unidade pára-quedista organizada da América Latina, sendo o seu comando responsável pela transformação, em 1949, em Escola de Pára-quedistas do Exército e, em 1955, em Núcleo da Divisão Aero-terrestre.
Agraciado com inúmeras condecorações nacionais e estrangeiras, o general Nestor Penha Brasil faleceu no dia 21 de março de 1964, em pleno exercício de suas funções. E, “Post-mortem” foi promovido a Marechal do Exército do Exército.
No dia 26/12/1945, através do Decreto-Lei nº 8.444, foi criado no então Ministério da Guerra, a Escola de Pára-Quedistas, tendo sido nomeado seu comandante o então Coronel de Artilharia Nestor Penha Brasil. E, em 1949, já promovido como Oficial General, foi nomeado como primeiro Comandante da Tropa Pára-quedista Brasileira. Em 11/01/1972, o Núcleo da Divisão Aero-Terrestre mudou a denominação para Centro de Instrução Pára-Quedista General Penha Brasil.
A Revolta do Rupununi: - A República Cooperativista da Guiana se tornou independente da Inglaterra em 26 de Maio de 1966. Mas, no inicio de janeiro de 1969 eclodiu uma revolta no Distrito do Rupununi, do qual Lethen é a capital (à margem direita do rio Tacutú). Fazendeiros liderados pelas famílias dos senhores Henry C.P. Melville e de Basil (Ben) Hart, insatisfeitos à época com a política do primeiro-ministro da Guiana Forbes L.S. Burnhan para aquela região, se uniram a indígenas e se rebelaram. O objetivo era o de criar um novo país na região, que se chamaria: “República do Rupununi”, com sua capital em Lethen. Apoiados e financiados pelo governo da Venezuela, jovens fazendeiros e indígenas guianenses receberam treinamento militar em Tumeremo na Venezuela, onde aprenderam a manusear armas e munições, que foram transportadas a partir do Boqueirão da Lua, em Normandia, para as fazendas na Guiana. O plano era começar o movimento armado em Lethen no dia 31 de dezembro de 1968 e , a partir dali irradiar a revolta por todo o país. Na passagem do ano e nos primeiros dias de janeiro de 1969 os revoltosos enfrentaram os militares da Força de Defesa da Guiana. Os combates aconteciam em toda a faixa de fronteira, mas sem vitória para os rebeldes, pois as tropas federais, mais preparadas, usavam estratégias militares desconhecidas dos civis. O que se viu em seguida foi a debandada de grupos separatistas transpondo os rios Maú e Tacutú, abandonando no caminho armas e munições, e fugindo em direção às terras de Roraima.
Em Boa Vista, a única unidade do Exército era a 9ª Companhia de Fronteira, que tinha sua sede onde hoje está o Quartel da Polícia Militar com o Comando de Policia da Capital-CPC (em frente à Escola Colméia, esquina com a Avenida Glaycon de Paiva). O comandante da 9ª Companhia, o capitão do Exército Airton Amorim de Lima, enviou um Pelotão para Bonfim. E, no dia 03 de janeiro enviou outro efetivo militar para Normandia, a fim de manter o controle na área.
De Manaus veio um efetivo do Exército composto de militares do 27º Batalhão de Caçadores e também da 5ª Companhia de Guardas de Belém do Pará para dar suporte logístico à 9ª Companhia. E, para coordenar toda a operação veio o coronel Jorge Teixeira – comandante de Instrução de Guerra – CIGS-, que se dirigiu até Normandia e passou a controlar toda a ação militar.
Enquanto isto, o governador do Território Federal de Roraima, à época o coronel Hélio da Costa Campos (1967-1969), já havia pedido ajuda federal. E, para guarnecer Boa Vista, veio do Rio de Janeiro um grupamento militar do Centro de Instrução Pára-Quedista General Penha Brasil. Estes militares saltaram de avião, colorindo com os seus pára-quedas os céus de Boa Vista, aterrissando onde hoje está o Palácio 9 de Julho (prédio da Prefeitura Municipal de Boa Vista).
Mas, não foi necessário entrar em combate, pois já havia chegado a informação de que a Força de Defesa da Guiana tinha prendido os líderes da revolta e acabado com o movimento separatista, e a maioria dos refugiados, entre eles muitos civis com suas famílias, não tinha mais sequer condição de caminhar. O Exército Brasileiro socorreu os feridos, prestando-lhes atendimento médico, remédios e alimentos.
Em homenagem aos militares do Centro de Instrução (Escola de Pára-Quedistas) General Penha Brasil, o Governador Hélio da Costa Campos criou aqui em Boa Vista uma unidade de ensino primário com o nome de “Unidade Integrada Penha Brasil”, instalada no dia 02 de abril de 1973, na Rua Presidente Juscelino Kubistchek, esquina com a Rua José Bonifácio, no Bairro Aparecida. E, em julho daquele ano, o governador a elevou à categoria de Escola, pelo Decreto nº 30, de 05/06/1973 – Diário Oficial nº 43, de 07/07/1973. Atualmente a Escola Estadual General Penha Brasil atende 560 alunos de 3ª a 8ª séries nos turnos matutinos e vespertinos, e é dirigida por uma eficiente equipe educacional: Gestor Escolar o Professor Gean Carlos Menezes de Oliveira Secretária Escolar Thaimmy Suzy Cheuza Viana Administradora Educacional a Professora Vilma Cabral Portilho Caetano Coordenadora Pedagógica a Professora Liana das Neves Barreto e Orientadora Pedagógica a Professora Vera Lúcia Aguiar Pereira.
A Prefeitura Municipal de Boa Vista também prestou sua homenagem ao denominar a antiga Rua do Prado (corrida de Cavalos) com o nome de Avenida General Penha Brasil (nasce na Avenida Major Williams, no Bairro São Francisco, passa em frente à Prefeitura, e termina na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes).

Professor federal/Jornalista/Radialista. Reg. 060/DRT/RR
Membro da Academia Roraimense de Letras – Cadeira nº 30
 

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