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NATANAEL GONÇALVES VIEIRA

O dia seguinte


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Houve hoje uma eleição atípica em todo estado de Roraima. Vários candidatos no primeiro turno. Os dois mais votados foram para o segundo o atual governador e um governador do passado, que porta no seu currículo uma grande quantidade de processos. Foi governador por oito anos e entre suas maléficas ações, criou um plano diabólico conhecido em todo Brasil, como gafanhotos, pois corroia as folhas de pagamentos do Estado em proveito próprio. Hoje ele disse que está redimido, e criou um novo plano cognominado de esperança. Foi para a cadeia com dezenas de subalternos. Até hoje responde processos sobre tais crimes. Sem, no entanto ter devolvido nenhum centavo. Foi preso em Brasília na casa da sua mulher, deputada federal, trazido para Boa Vista, e levado para a cadeia que ele como engenheiro projetou e construiu.

Sua campanha eleitoral foi tangida pela esperteza, sempre querendo driblar o seu passado, se justificando que já errou muito e hoje está arrependido. E assim pedia votos aos incautos e indecisos, mesmo com o peso de sete dezenas de processos, e alguns com condenação. Tinha muita gente politicamente o ajudando, inclusive grande parte da imprensa, e de muitos políticos que anteriormente o condenavam, ou participaram de suas falcatruas, e hoje não esperança de voltar a ter vantagens, o apóiam.

Levavam suas espadas flamejantes em direção ao atual governador, com a sede de exterminá-lo. O velho governador cresceu muito o seu índice de aceitação, ajudado pelos seus velhos amigos que juravam fidelidade também ao atual governador, sem nunca se esquecer do governador antigo. Diretoras de escolas, presidentes de companhias estatais, presidentes de institutos, traindo o atual governador ajudavam o velho governador. E assim ele foi crescendo com exércitos de inertes, ou de traidores.

O antigo governador ganhou o primeiro turno, bem como a certeza de vencer o segundo. O atual governador e seus aliados não se cansaram em conquistar lideres novos de diversos partidos, somando-se os deputados e senador, vitoriosos, e vários lideres do povo. Todos tinham cautela no resultado final do pleito. Mas no fundo tinham fé na vitória. Já o governador do passado, e seus seguidores tinham enormes certezas do resultado positivo. O atual governador conquistou a confiança da professora Túnica, Secretária de Educação, que se mostrou uma grande líder no meio dos professores, levando mais de dez mil pessoas numa festa organizada para a classe. Talvez ali tenha surgido a diferença do pleito.

E, assim chegou o dia decisivo. Os competidores lutando com afinco se encontrando na praça de batalha sangrenta e final. Armas em punho, mas só uma poderia ser usada, o voto.

Na batalha final, o atual governador levou vantagem. Por isto a ira do perdedor se espraiou em todo o estado tal peste suína, tal vazamento de óleo no Golfo do México.

Um dia depois, o inconformismo germinou no seio dos derrotados, que só tem em seu favor o direito dos perdedores, o de espernear, se vestindo de preto, caracterizando os viúvos e as viúvas do senhor perdedor, que choraram copiosamente, com suas bandeiras em punho, em todos os lugares, e na porta do TRE, em busca do seu salvador, que jamais ressuscitará, para o bem do Estado, e de todos nós.

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