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Crônica do Aroldo

Mesa branca


Mesa branca
Depois do fracasso de "Lula, o filho do Brasil", cineastas brasileiros usam nova fórmula para tentar lotar salas de projeções: o espiritismo. Depois de "Bezerra de Menezes", veio "Chico Xavier"; agora, jornais e revistas anunciam superprodução baseada nos ensinamentos de Alan Kardec: "Nosso Lar".

Políticos brasileiros, na falta de algo palpável e executável, prometem tudo. Nestes dias pré- eleições, a tônica é prometer o que pode e, depois, como de costume, não cumprir nada.

O Brasil tem uma das maiores redes de rodovias do mundo. Uma das piores também. Em Roraima não podia ser diferente. Nas propagandas políticas, dois mundos são mostrados. Há imagens de asfalto lisinho e bem sinalizado da BR-174; há imagens, também, de crateras enormes na mesma BR-174. Há declarações de caminhoneiros e produtores elogiando as estradas roraimenses; há declarações, também, de caminhoneiros e produtores reclamando dos prejuízos causados pela buraqueira de nossas estradas produzem. Tudo depende do foco: pela ótica de marqueteiros, os dois mundos que podem ser habitados pacificamente.

Concluindo que o problema de nossas rodovias não tem solução, um candidato propõe construção de ferrovia ligando Boa Vista ao resto do mundo. Ótimo. Parece que embalado com o sucesso cinematográfico de congêneres, o espírito de Percival Farquhar resolveu nos visitar. No início dos anos 1900, o empresário estadunidense (apesar do nome, o cara era das terras de John Wayne) encampou a construção da ferrovia Madeira-Mamoré. A obra, que matou mais de seis mil homens, serviu de ligação entre o nada e coisa nenhuma.

A história poderia servir de lição. Importam os insucessos do passado? Nada disso, companheiros e companheiras, o importante é ganhar eleições.

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