EDITORIAL

Promessas, só promessas 

Cada período de campanha eleitoral chega repleto de promessas mirabolantes. Algumas, apesar de meio doidas, ainda são capazes de empolgar eleitores, mesmo aqueles que se acham calejados com tantos juramentos não cumpridos.

Aliás, em termos de promessas, já se viu e ouviu de tudo. Licença paternidade de seis meses; salário mínimo de três mil reais; imposto único de 10% da renda; construção de creches com duas professoras por aluno em cada bairro; internet gratuita banda larga em cada lar, e por aí vai.

Há também aquelas clássicas, que, a exemplo do feijão com arroz na mesa do brasileiro na hora do almoço, não podem faltar a cada eleição. Melhorias na saúde, educação e segurança são só um exemplo. Se essas três áreas específicas dependessem de gogó de político em época de eleição, Roraima seria o melhor dos mundos. Infelizmente, são prioritárias apenas no discurso.  

Se tais prioridades fossem para valer, hoje já não seriam mais manchetes de jornais e nem teria mais sentido tornar a prometê-las. As coisas já teriam acontecido. O danado é que, para os políticos, elas continuam prioridade absoluta. A cada período de campanha.

Se houvesse seriedade nas promessas sobre esses três setores primordiais, há muito o roraimense desfrutaria de saúde pública no mínimo exemplar; teria educação eficiente, de fazer inveja aos estados mais desenvolvidos; e segurança de poder sair de casa sem preocupação com o que possa encontrar – ou não encontrar mais - quando do retorno.

Na verdade, a prioridade ficou apenas no discurso de todos os governos. Mesmo assim, por serem temas tão imprescindíveis na vida do cidadão, insistem em aparecer como carros-chefe das promessas de campanha a cada dois anos.

Que saúde, educação e segurança são prioridades absolutas, disso não se tem dúvida. Mas, também, que continuam a assombrar os governos, lá isso continuam. Das autoridades a emergirem das urnas em 3 de outubro ou no segundo turno, espera-se, enfim, competência para esgotar o discurso.