- 26 de novembro de 2024
O tempo de colheita
“De que se queixa o homem mortal?” Essa pergunta retórica faz parte das Escrituras Sagradas. Foi feita pelo profeta Jeremias, em seu livro de Lamentações. Em seguida, ele mesmo faz questão de responder: “Queixe-se cada um do seu próprio pecado”.
A partir dessa verdade bíblica, é possível entender tratar-se da maior pisada de bola o indivíduo sair por aí se lamentando de suas desventuras. Se fizer um leve exame de consciência, vai perceber que ele próprio é o causador de todas as mazelas que lhe rondam a vida.
Foi mais ou menos disso que o pastor Silas Malafaia tratou durante o gigantesco culto realizado na Praça do Centro Cívico, nos últimos dias de agosto. Entre outras coisas, questionou a falta de atitude de uns e a esperteza devassa de outros.
O religioso, com toda razão, condenou o fato de pessoas ficarem culpando umas as outras por sofrerem perseguições e serem vítimas de maldades a ponto de implorar a caridade pública.
Parafraseando o profeta Jeremias, Malafaia enfatizou que cada um é responsável pelas dificuldades que enfrenta. Cada um colhe o que planta. É uma lei natural. Se você planta vento, vai colher tempestade. Se plantar o mal, como esperar bondades em troca?
Por não entenderem essa regra básica, o que mais se vê por aí são pessoas responsabilizando outras por colher o abacaxi que elas próprias plantaram. Um exemplo são os políticos, aqueles que posam de vítimas de perseguição de adversários, do Ministério Público, da justiça e de meio mundo.
Bem sabem eles que os processos a que respondem nas diversas esferas da justiça não nasceram por obra e graça de alguma divindade superior incorporada pelo mal. Foram eles próprios quem os cultivaram, adubaram, regaram e, agora, colhem os frutos. Com todos os méritos.
Cada pai de família, cada filho, cada profissional, cada político deve sempre se perguntar se merece o que a vida está a lhe oferecer. De bom ou de ruim. Ao refletir sobre o que semeou no passado, terá a resposta na medida certa. Jogar a culpa nos outros só demonstra uma nefasta autopiedade. Ninguém merece!