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EDITORIAL

Tumultuando o processo


Tumultuando o processo

A candidata do PT, Dilma Rousseff, garantiu, duas semanas atrás, durante o 8º Congresso Brasileiro de Jornais, realizado no Rio de Janeiro, que respeitará o sagrado princípio da liberdade de imprensa. Se, ao se vir sentada na cadeira de presidente da Republica, cumprirá o prometido, aí já são outros quinhentos. Só o tempo dirá.

Com relação à candidata, por enquanto vale o que foi dito. Ninguém pode, afinal, ser julgado e condenado por pura suposição. Quando, porém, as ações começam a se tornar palpáveis, aí já não se tratam mais de julgamento, mas sim de constatações. E é isso o que se tem visto em Roraima quanto a uma avalanche de tentativas de calar a imprensa.

Elas vêm de todos os lados. A mais peremptória, no entanto, parte de quem muitas críticas teceu à “mordaça” em ocasiões anteriores. O candidato da coligação Pra Roraima Voltar a Ser Feliz, Neudo Campos (PP), demonstra querer calar as vozes que se levantam contra um “status quo” impossível de ser mudado.

História é História, e pronto. Não existe a mínima possibilidade de mudá-la, vez tratar-se de passado iminente. Isso, aliás, só foi possível na ficção orwelliana. Por ter como desiderato manter-se fiel aos fatos devidamente sacramentados, este Fontebrasil vem sofrendo retaliações do candidato pepista. E de forma escancarada.

“Não há liberdade de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, pouco importando o Poder estatal de que ela provenha”. A afirmativa é do ministro Carlos Ayres Britto, presidente do Superior Tribunal Eleitoral (TSE). Ayres Britto não compactua com qualquer tentativa de engessar os meios de comunicação, que, a seu ver, devem ser livres em toda a sua plenitude.

A legislação brasileira é perene em assegurar não só a Neudo, mas a qualquer cidadão, o direito ao resguardo de direitos individuais. Quem se sente lesado, pode e deve buscar a reparação. Mas que seja algo racional. Por ter se sentido prejudicado por uma única nota na coluna Opinião Formada, deste Fontebrasil, o candidato pediu na justiça a retirada de toda a coluna.

É como se, porque a água da banheira mostra-se suja, vamos jogar tudo fora, inclusive o bebê que estava sendo banhado. Vale ressaltar também, que o candidato tem, neste Fontebrasil, toda liberdade para responder à altura sobre qualquer assunto em que se julgue prejudicado. Isso, também, é premissa maior no relacionamento entre a imprensa e as autoridades por ela monitoradas.

Ao invés de buscar na justiça medidas pernósticas que invocam os negros tempos da ditadura, o candidato pepista devia era usar de transparência, e buscar os meios de que dispõe para esclarecer junto ao eleitorado fatos que até agora depõem contra ele. E de forma cabal. Agir de forma diferente é querer "chavinizar", tumultuar, o processo.

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