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EDITORIAL

A mentira que degenera


A mentira que degenera

A mentira é subterfúgio usado à exaustão desde que o mundo é mundo. O primeiro pecado registrado na História, a desobediência do homem diante das recomendações de Deus, lá no Jardim do Éden, teve como principal motor uma mentira. De lá para cá, a escamoteação da verdade só tem gerado o desmantelo de grandes amizades, a degeneração de costumes, a derrota do ser humano.

Um exemplo de mentira que causou destruição de milhares de vidas nestes últimos anos foi a gestada no útero do governo do ex-presidente George W. Bush: os iraquianos possuíam armas de destruição em massa. O Congresso americano embarcou na canoa furada. A guerra, que tanta destruição causou àquele povo, foi, então, inevitável.

O ex-presidente do Banco Mundial e arquiteto da política externa do governo de George W. Bush, Paul Wolfowitz, admitiu que a “meia-verdade” sobre a existência de tais armas não passava de pretexto para encobrir objetivos escusos. Esse episódio, por si só, prova que uma mentira, ainda que exaustivamente repetida, não se transforma em verdade, mas tem poder de tsunami.

Jesus, em seus ensinamentos, diz que o Diabo é o pai da mentira. E quem faz uso dela, o que se dizer, então? Qual seria essa relação atávica?

O momento vivido pelo País e, exclusivamente por Roraima, é propício à proliferação de mentiras. Há aquelas brandas, que se pode, com quase nenhuma desenvoltura, depositar na conta das famosas bravatas, ingredientes salutares de qualquer campanha eleitoral. Mas há aquelas que trazem em si o ranço da discórdia, da subtração de premissas verdadeiras. Indivíduos que assim agem, têm um único objetivo: aumentar seus celeiros à custa da boa vontade do povo. 

Por isso, essas idéias, pernósticas em si mesmas, devem ser banidas do cenário político. Diz a sabedoria popular que quem mente rouba. E o que pensar, então, de quem já mentiu tantas vezes? Por que não voltaria, no futuro próximo, a agir da mesma maneira?

Em pouco mais de 30 dias, o povo roraimense será conclamado a depositar nas urnas suas esperanças em dias melhores. Ao se vir na cabine indevassável, o eleitor estará numa encruzilhada. Terá em mente o confronto da mentira com a verdade. Qual deve prevalecer?

Este Fontebrasil não quer se vestir de paladino da justiça, nem de falso moralismo. Mas entende que o momento é de decisão. Transcende ideias travestidas de patriotismos baratos. Esse é o momento de se deixar para trás pensamentos pequenos e buscar algo maior em favor dos descendentes. Afinal, serão eles a herdar o que se planta hoje.

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