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FERNANDO RODRIGUES

Ineditismos eleitorais


Ineditismos eleitorais

BRASíLIA - Na jovem democracia brasileira há sempre novidades a cada eleição. São ineditismos que ocorrem por causa do pouco tempo de normalidade institucional vivido pelo país -apenas 25 anos.
Se as urnas confirmarem o favoritismo de Dilma Rousseff, do PT, ela será a primeira mulher a ocupar o Palácio do Planalto. Mas também será a primeira vez desde a ditadura militar que um partido terá o cargo por 12 anos seguidos.
No plano estadual, existe a hipótese de os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro serem eleitos no primeiro turno.
Neste ano, Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, Hélio Costa (PMDB), em Minas Gerais, e Sérgio Cabral (PMDB), no Rio, aparecem com chances de liquidar a fatura já no dia 3 de outubro. Desde a criação do sistema de dois turnos, instituído pela Constituição de 1988, as eleições dos três principais Estados brasileiros nunca foram todas decididas na primeira votação.
No Congresso, uma possível novidade ainda não está muito clara -até porque não existem pesquisas a respeito. Mas é um senso comum entre políticos em geral que a associação entre PT e PMDB resultará numa grande bancada. Juntos, petistas e peemedebistas podem passar de 200 deputados, o equivalente a 39% da Câmara. Nos seus melhores tempos, em 1998, PSDB e DEM (então PFL) conquistaram um total de 204 cadeiras.
No Senado, PT e PMDB somados podem ir a algo na redondeza de 30 a 35 cadeiras -até 43% das 81 vagas da Câmara Alta brasileira.
Por fim, no caso de vitória de Dilma Rousseff, outra curiosidade: o marqueteiro João Santana será o único a ter trabalhado com sucesso para dois presidentes diferentes (ele ganhou com Lula em 2006).
Se essas marcas serão boas ou ruins para o país só será possível saber mais adiante. Mas são indícios de que o Brasil entra numa fase de normalidade democrática nunca experimentada em anos recentes.
 

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