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EDITORIAL

De mentiras e eleições


De mentiras e eleições

É impressionante como o vislumbre de uma eleição vitoriosa entorta e dá nó na cabeça das pessoas. É nos períodos eleitorais que os homens, até mesmo alguns de ilibada conduta, perdem todo o referencial de probidade e mergulham no mais profundo pântano, optando pelo caminho da desdita, da mentira, da palavra fácil.

É a hora em que todos querem ser santos e conseguem amealhar votos de desavisados a ponto de galgar o objetivo a que se propõem. Há quem diga que, pragmaticamente, todas as armas, até as mais sórdidas deslealdades, são válidas nesse momento.

Se não é, parece ser esse o caso do deputado Neudo Campos (PP), candidato ao governo de Roraima que enviou e-mails informando "Caso Gafanhotos - Justira retira exclui nome de Neudo da lista de acusados". Agora, veja o que está escrito ipsis litteris na matéria publicada na imprensa ontem:

”A Justiça Federal de Roraima publicou ontem (12), decisão do juiz Atanair Nasser, que retira o deputado federal e candidato ao governo de Roraima, Neudo Campos do PP, da lista de acusados na ação civil pública que investiga irregularidades na execução de convênios federais e malversação de verbas publicas”. 

A decisão do juiz federal de Roraima em nada muda o teor dos processos ajuizados na esfera do Supremo Tribunal Federal, que dizem respeito às conclusões a que chegou a Polícia Federal quando encetou a operação Praga do Egito, que culminou com a prisão de Neudo, em novembro de 2003.

Ao plantar a notícia que lhe parecia extremamente favorável na imprensa, ontem, capaz de virar a cabeça de muitos incautos, o candidato do partido de Paulo Maluf em Roraima escamoteou a verdade.

Aliás, invocando Nietzsche, Neudo apropriou-se da clássica ideia de que “a verdade é tão-somente um ponto de vista”. Esqueceu de dizer que a decisão do juiz Atanair Nasser referia-se ao fato que teve origem nas traquinagens ocorridas em obras de pavimentação do trecho que vai da BR-174 até a margem do rio Surumu, em Pacaraima. Ou seja, o ato de improbidade administrativa.

O Caso Gafanhoto, que tem Neudo como o principal mentor em processo no STF, continua intacto, esperando hora para ser julgado na mais alta corte de justiça do País. É esperar para ver! Afinal, a lei da natureza que prega que a mentira tem pernas curtas ainda não foi regovada e nem excluída.

 

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