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EDITORIAL

A responsabilidade de pai


A responsabilidade de pai

O que levou o goleiro Bruno a patrocinar o assassinato de sua ex-amante Eliza Samudio foram basicamente duas coisas: a primeira, não querer assumir um filho que nascera de um relacionamento extraconjugal. A outra, não pagar pensão.

O que mais tem pelo Brasil e principalmente em Roraima são homens que não assumem o papel de pai. Negam assistência aos filhos. Não imaginam ou não se importam com o ser humano que está se formando sem base familiar, sem atenção paterna, sem a devida assistência da figura do pai presente. 

Em muitos casos, nem o básico – a pensão alimentar –, é dado pelo pai que abandona o filho a qualquer sorte. Os acordos firmados nos cartórios judiciais e em delegacias são quase sempre negligenciados. Ao assiná-los, os pais irresponsáveis parecem ter recebido a carta de alforria.

Muitas vezes, até o pagamento de meio salário mínimo arbitrado como pensão à criança é esquecido. E quando pagam, são insensíveis ao fato de que recursos tão reduzidos não suprem as necessidades da criança. É isso e isso mesmo. O resto, a mãe que se vire, que dê seus pulos!

Sabe-se que na Assembléia Legislativa do Estado pretende-se desenvolver mutirão entre o Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), Secretaria de Segurança e a Vara da Família para que pais que não pagam pensão alimentícia aos filhos sejam identificados e notificados judicialmente para regularizar a situação.

A ideia é criar um cadastro, informatizá-lo e torná-lo acessível aos órgãos públicos para que na hora da nomeação ou contratação de pessoal, possa-se saber se aquele funcionário que se pretende contratar ou nomear é um pai responsável. Afinal, se ele não honra com suas obrigações com os filhos, como poderá ser um bom profissional?

Pretende-se, ainda, propor que assembléias legislativas de outros estados também adotem a proposta criando um intercâmbio de informações com órgãs estaduais e federais. A medida poderia ir mais além, permitindo acesso público a esse cadastro. Talvez a vergonha ou constrangimento forcem a responsabilidade devida.

O pagamento de pensão aos filhos é, junto com o ciúme, o principal caso gerador de violência contra a mãe por parte do ex-companheiro. A jovem Eliza Samudio foi torturada e assasinada por esse motivo: queria pensão de R$ 3,5 mil de quem ganhava mais de R$ 200 mil por mês.

 

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