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Francisco Espiridião

Avenida aberta para o maligno


Avenida aberta para o maligno

O inimigo mora ao lado. Nunca essa frase foi tão emblemática. Ela marca indelevelmente o episódio do assassinato da modelo Eliza Samudio, ex-amante do jogador Bruno Fernandes das Dores Souza, goleiro do Flamengo, o time que agrega o maior respeito e paixão entre torcedores brasileiros.

Não dá para dizer que a descoberta da autoria intelectual causou alguma surpresa tanto para a Polícia, que tem investigado o crime com a devida competência, quanto para a população, sempre antenada na vida cotidiana de seus ídolos graças aos mais variados programas de fofocas ou ao noticiário televisivo.

A crueldade com que o crime foi praticado causa facilmente inveja no londrino Jack, o Estripador. A frieza do jogador é espantosa. Em momento algum chegou a demonstrar em público qualquer sentimento em relação ao teatro dos horrores de que fora protagonista.

Mesmo depois de se entregar à polícia, em conversa com o parceiro "Macarrão", Bruno não mostrava arrependimento pelas consequências nefastas de seus atos. Preferiu lamentar o fim da carreira no futebol, principalmente o fato de ter de ficar de fora da Copa de 2014.

Nem a presença do filho da modelo, de apenas quatro meses de idade, serviu para amolecer o coração do psicopata e demais auxiliares. O ato de retalhar a vítima e lançar os pedaços para alimentar cães famintos dá o tom da batida.

Não está em questão aqui o possível motivo da ação criminosa, mas o ato em si. O psicopata age pelo simples fato de se ver contrariado em suas pretensões. Afinal, o que é o pagamento de uma pensão originária do reconhecimento de um rebento do coração?

Conheço trabalhadores que nem ganham tanto assim e aceitam viver com apenas 20% do salário enquanto os demais 80% se diluem em pagamento de três, quatro pensões distintas.

Definitivamente, a culpa do ocorrido não está no amor exacerbado ao vil metal. Esse parece ser o de menos. Casos aparentando certa semelhança já foram protagonizados no País e nem sempre o dinheiro esteve no centro do furacão.

É duro reconhecer, mas o Brasil se vê hoje diante de um episódio típico, em que a única explicação aceitável é o desvio de conduta causado por uma força altamente degenerativa de consciências que atende pelo nome de Satanás.

Depois de tomar conta do subconsciente do indivíduo, o “inimigo de nossas almas” passa a usá-lo de forma vil, cauterizando-lhe a mente a ponto de não mais perceber a tênue linha que separa o ato civilizado de uma tresloucada ação animalesca.

Parafraseando Santo Agostinho, o vazio que todo homem natural tem dentro de si é que dá lugar a essas práticas perniciosas. Vazio que precisa ser preenchido com a presença de Jesus Cristo, o Senhor. Se assim não o for, está aberta a avenida na qual Satanás saracoteia sobranceiro. Bruno das Dores é “expert” no assunto.

(*) Jornalista, autor de “Até Quando” (2004) e “Histórias de Redação” (2009); e-mail [email protected]; blog: www.franciscospid.blogspot.com.
 

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