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() Francisco Espiridião

Explica, Dunga, explica!


Explica, Dunga, explica!

Até que em fim! Não precisaremos mais aturar a arrogância, a empáfia, a superioridade desmedida daquele que se achava o "rei da macacheira", acima de tudo e de todos. Dunga beberá da fonte da sua própria incompetência. Não foi por falta de aviso. Felipe Melo, o troglodita, sequer deveria ter sido convocado.

Técnico e jogadores no caminho de casa. Aliás, de volta para o lugar de onde sequer deveriam ter saído. A maioria, para o bem bom bem longe da cotidiana vida brasileira, marcada pela violência exacerbada, pelos desastres naturais agravados pela falta de patriotismo dos governantes, pelo descaso com os mais necessitados, etc., etc.

Não ganhamos, é claro. Mas também não perdemos nada. O nosso salário vai continuar o mesmo. A nossa falta de educação continuará a mesma. A nossa falta de recursos para a saúde - hospitais sem um Anador ou gaze para um simples curativo - vai continuar a mesma.

Quem mora nas grandes cidades vai continuar acordando de madrugada para pegar dois ônibus e um trem que o leve ao local de trabalho. Daqui a pouco começa o show – não do intervalo – mas de políticos na telinha tentando nos engrupir. Aqueles carros de som que passarão nas nossas portas sem dó nem piedade, tirando o nosso sossego. Enfim, tudo normal!

Amanhã, depois de a adrenalina baixar, acordaremos como se nada tivesse acontecido. A vida seguirá seu curso. Para lamentar, só um detalhe: tantos ambulantes que investiram o último centavo que possuíam na preparação de lanches, pipocas, churrascos, cervejas e outras guloseimas na intenção de ganhar algum extra, obrigados a ver tudo se perder. Não venderam nada!

Após o apito final, era desolador ver o anel do Centro Cívico desabitado. O potente trio elétrico, mudo. Uma parede. Vida, só mesmo a dos ambulantes recolhendo o que podiam para voltar para casa com suas carrocinhas, para amargar os prejuízos no mais solene ostracismo. Quem sabe, já pensando em daqui a quatro anos. Sem Dunga, de preferência!

Resta-nos agora saber qual será a explicação para uma derrota tão descabida, tão escandalosa. O que dizer depois de estar ganhando com folga e dominando o jogo durante todo o primeiro tempo? Sim, Dunga terá de explicar. Ah, se tem!

Explica, Dunga, explica! 

(*) Jornalista, autor de “Até Quando?” (2004) e “Histórias de Redação” (2009); blog: www.franciscospid.blogspot.com; e-mail: [email protected].

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