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EDITORIAL

Chuva de greves


Chuva de greves

Todo período eleitoral é assim. Mal começa e sindicalistas de todos os matizes deslancham uma onda de paralisações em setores importantes da sociedade, com vistas a acuar o governante de plantão, quase sempre candidato a alguma coisa. É isso o que se tem visto nos últimos dias: paralisações estourando em vários segmentos trabalhistas da capital e também do interior. Greve é um direito do trabalhador. O seu oportunismo é que é condenável.

Hoje, está em andamento uma mobilização entre os agentes carcerários, diga-se, um dos setores mais nevrálgicos da sociedade, visto tratar do ordenamento penitenciário, ponto de ebulição do sistema de segurança pública. Os motivos mostram claramente a manipulação política.

Uma das maiores reivindicações é quanto a um possível desvio de função. A nomenclatura do cargo é Agente Carcerário e eles estão desempenhando as funções próprias de Agentes Penitenciários. Tudo bem. Mas, por que eles não arguiram isso há mais tempo? Por que só agora, às vésperas da eleição?

O concurso que prestaram aconteceu em 2003 e desde lá estão em plena atividade, desempenhando não outra atividade, mas sim a de cuidar de presos no Sistema Penitenciário do Estado. Por que só agora, nesse momento crucial, descobrem que estão em desvio de função?

Aliás, nesse caso, a greve é de todo injustificável. O governador assinou e encaminhou à Assembléia Legislativa, no dia 24 deste mês, o projeto de lei que cria a figura do Agente Penitenciário e os devidos mecanismos para que os atuais agentes carcerários sejam remanejados para o novo cargo.

Portanto, salvo melhor juízo, o movimento configura a ação de um exacerbado ato oportunista do sindicalismo descompromissado com a sociedade, que busca tirar proveito nos momentos em que o chefe do Executivo encontra-se às voltas com a administração da campanha eleitoral.

Esse método espúrio não se resume apenas aos agentes carcerários. Há greves ou ameaças em diversos setores, tanto no âmbito do estado como dos municípios. Servidores da Codesaima acabam de sair de uma mobilização. Agentes comunitários de saúde e de endemias ameaçam paralisar a toda hora. Guardas Municipais, servidores do Cantá, etc.

Todos decidiram embarcar na canoa do sindicalismo oportunista, que, além da celeuma que causa na sociedade, pouco ou nenhum benefício traz aos que nela pegam carona.

Um exemplo é o caso dos policiais e bombeiros militares, que por mais de um mês, no ano passado, provocaram desgastes sem tamanho para a população, permitindo o acirramento da falta de segurança, e, ao término, não conseguiram arrancar nenhum centavo a mais daquilo que o governo já lhes havia prometido. Desgaste desnecessário.

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