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Crônica do Aroldo

Torcedor Padrão


Torcedor Padrão

Copa do Mundo. Centenas de milhões de pessoas se interligam por meio do esporte mais popular da Terra. Boa parte do Planeta para e por 90 minutos, em algum lugar, homens, mulheres e crianças se rendem ao esporte bretão. As firulas que 22 marmanjos fazem com a bola, tentando jogá-la contra a rede a meta adversária provoca suspiros. 

No Brasil, a coisa é mais séria. A Copa do Mundo pauta até os trabalhos do Congresso Nacional. Recentemente, o deputado petista de São Paulo, Cândido Vaccarezza, deixando que o lado vaca se sobreponha à candura, propõe que o “recesso branco” seja estendido por mais 30 dias para que seus pares e servidores da Câmara e do Senado possam assistir aos jogos que serão disputados na África do Sul.

De quatro em quatro anos, todo brasileiro entende de futebol. Técnicos surgem de todos os lados dando opiniões sobre escalação, táticas e estratégias que devem - ou deviam – ser aplicadas ao escrete verde-e-amarelo.

Copa do Mundo. Algum dia nos anos 1990. Benedito Lira, juiz do Trabalho no Amazonas, recebeu amigos para assistir à disputa entre Brasil e Suécia. Muita comida, muita bebida, muita gente esperando o jogo importantíssimo para decidir se o Brasil seguiria na disputa pelo caneco. 

As seleções entram em campo. Os brasileiros vestem camisas azuis e calções brancos; os suecos, calções azuis e camisas amarelas. Confusão para os espectadores, acostumados a torcer pelo ouro de nossos uniformes. Bené, o anfitrião, perdido depois da enésima dose de uísque, sem entender patavina de futebol, torcia pelos lances adversários. O juiz trabalhista não tinha prestado atenção ao detalhe das roupas.

Passados trinta minutos do primeiro tempo, jogo empatado, o lateral direito da Seleção Brasileira se machuca e Galvão Bueno anuncia:

- Cafu vai substituir o lateral direito que sofreu contusão.

Bené vê o nosso jogador assinando a súmula. Surpreso e inocentemente, pergunta para esposa:

- Socorro, minha filha: esse Cafu é dos nossos?

Os torcedores reunidos na sala param ante a ignorância futebolística do magistrado. Socorro, com a maior naturalidade do mundo, passa a mão na cabeça do marido e responde:

- Claro, meu bem... Você já viu algum sueco negro ou com o nome Cafu?

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