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EDERSEN LIMA

Argumentos chinfrins a uma opinião formada


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a uma opinião formada

Brasília - Não sabia que um homem como o poderoso presidente da ALE, Mecias de Jesus, precisasse de assessores para falar o que talvez não tenha coragem de desmentir ou argumentos para contrapor a uma opinião formada.

O jornalista J. R. Rodrigues assumiu o papel de Mecias. Assumiu e tomado de dor, publicou texto na "pelegada" muito além do que eu havia escrito e pensado. Muito além do que o leitor do Fontebrasil, leu. De forma passional, J.R. Rodrigues confunde alhos com bugalhos sobre a artigo "Até as pedras soltas do Beiral sabem".

Que o comandante da "pelegada" mostre aos leitores aonde escrevi algo que tenha qualquer ou vaga semelhança com "é errado buscar o cumprimento dos acordos e compromissos. O certo é fazer da política algo extremamente sazonal" ou "segundo a filosofia de Edersen Lima, quanto mais sacana e mais traidor for o político, desde que ele detenha o poder e muito dinheiro, melhor ele será", ou "Edersen tenta ensinar as gerações futuras que na política vale qualquer coisa por um naco do poder, que não importa quanto você for pisoteado e escroteado", e ainda "Edersen leva seus leitores a acreditar que qualquer que seja o governador de Roraima, todas as pessoas devem referenciá-lo, mesmo que seu Governo seja uma negação". Aonde foi que escrevi qualquer coisa, mesmo de longe, parecido com isso?

Quem leu o meu texto, leu que Mecias de Jesus deixou de ser candidato a vice governador e depois candidato ao Senado porque não soube se articular. Porque se deixou levar por essa mesma "pelegada" que hoje o expõe, a bater de frente com quem poderia firmar alianças para esses fins.

Engraçado que Mecias só descobriu que o governador José de Anchieta não prestava quando alguns empreiteiros ficaram sem obras depois que ele passou a se comportar como espécie de inimigo íntimo do Palácio Hélio Campos.

Disse e repito: com 23 deputados estaduais e cinco federais a seu favor, como Mecias deixou de se articular? Citei nomes e qual me desmentiu?

Reconheço em meu artigo que Mecias é um vencedor, de garoto pobre na infância, engraxate, garçom, jardineiro e hoje o segundo homem mais forte politicamente no estado. Se não obteve vitória maior como ser candidato a vice ou a senador a culpa não é de A ou B e sim, sua, de não saber usar o apoio que tinha e que acabou se voltando contra ele após comportamento dúbio que passou a ter, depois que um governador em Tocantins foi cassado e o presidente da ALE-TO assumiu o governo.

Qualquer aluno de Psicologia, analisando essa revolta toda de Mecias e sua "pelegada", vai identificar que além da frustração, além de uma irritação profunda com quem expõe suas falhas, está a busca frenética para encontrar um culpado para o fracasso do seu projeto de poder. Um líder de verdade assume não só suas responsabilidades, mas também os seus erros.

Isso J. R. Rodrigues não comenta. Ele e seus comandados se prenderam agora à novena e à procissão do Mecias "marido traído", do "pobre coitado", do "homem bom e honesto que levou uma rasteira". Até quando isso?

Engraçado, de novo, que Mecias e seu porta voz falam em "sonho de um grupo". Não ouví nenhuma voz, exceto aquelas que estão na folha de pagamento da ALE, se rebelar.

Mas, se a "pelegada" entoa essa cantilena, é porque Mecias gosta e quer. Ele não aparece. Acha que assim não se expõe, não se desgasta. Da mesma forma, não se expôs em situações de risco de vida na saída de uma agência bancária e de constragimentos com a operação "Praga do Egito". E agora, não é quem vai a público, mesmo com argumentos chinfrins, contrapor uma crítica, uma opinião formada.

*Abaixo, o texto que gerou o "protesto" de J.R. Rodrigues.

Até as pedras soltas do Beiral sabem
Até as pedras soltas do Beiral sabiam que o cargo de vice governador estava reservado para o deputado Mecias de Jesus. Pergunte isso aos deputados Chico Guerra, Jalser Renier, Raul Lima, Márcio Junqueira, Chico Rodrigues, aos senadores Mozarildo Cavalcanti, Romero Jucá e boa parte da imprensa que cobre o dia-a-dia da política em Roraima, e ouvirá o que as pedras soltas do Beiral não fazem segredo.

Quando Ottomar Pinto emplacou a enjoada Marília Pinto, sua filha, na primeira-secretaria da ALE em dezembro de 2006, estava selando acordo de apoiar Mecias como vice. Isso, Guerra, Jalser, Raul, Márcio, Chico, Mozarildo, Romero e as pedras do Beiral contam.

Para uns, Mecias deixou de ser vice porque se "emocionou" e acreditou que do mesmo jeito que o então governador do Tocantins, Marcelo Ribeiro, havia sido cassado pelo TRE-TO e o presidente da ALE-TO assumiu o governo daquele estado, o mesmo ocorreria com ele, e teria começado a montar um "governo paralelo".

Já a maioria, acredita que Mecias deixou de ser vice porque simplesmente não se comportou como tal: aliado, próximo e fiel. Ao contrário, ele passou a bater de frente com o governador José de Anchieta. Fez corpo mole em votações. Deixou e derrubou projetos e vetos. Deu declarações ameaçadoras no interior do estado. Ou seja, não se mostrou nem aliado, nem próximo e nem fiel.

"Ora, se como presidente da ALE, Mecias já age assim, imagina quando for vice-governador com todo o meio político o paparicando", deve ter pensado Anchieta. Quem coloca alguém que não mais confia como seu substituto?

As velhas e fofoqueiras pedras soltas do Beiral também sabem que Mecias de Jesus era forte candidato ao Senado. Em sete anos e meio como presidente da ALE, Mecias simplesmente a transformou num verdadeiro poder legislativo. Foi além da promoção de discussões e projetos em plenário. Promoveu ações sociais básicas e importantes na capital e no interior. Ninguém fica quatro legislaturas como presidente sem que não tenha méritos.

Mas quem quer galgar postos na vida, constrói pontes. Que governador aceitaria de bom grado compor chapa para o Senado com quem rivaliza, desafia e se opõe ferrenhamente aos seus projetos e programas?

Mecias, ao invés de buscar na diplomacia, no uso da política e com inteligência a vaga na chapa majoritária, fez o inverso, foi para a truculência, foi para queda de braço, foi para o enfrentamento aberto. Destruiu pontes.

Todos os 23 colegas deputados de Mecias de Jesus firmaram lhe apoiar ou com primeiro voto ou com segundo para o Senado. Por que não os mobilizou a seu favor, como ocorreu em 2006 na escolha do vice de Ottomar?

Os deputados federais Chico Rodrigues, Édio Lopes, Urzeni Rocha, Márcio Junqueira e Luciano Castro também lhe dariam o primeiro ou segundo voto. Por que Mecias não se articulou também com eles?

Como o governador Anchieta manteria Romero Jucá ou Marluce Pinto como candidatos se todo esse exército pedisse por Mecias?

Agora, via pelegos, Mecias se deixa pousar de vítima, de marido traído e de pobre coitado permitindo o seu desgaste público na internet através de redes sociais e e-mails que são enviados pela pelegada. Isso mancha a história de quem foi engraxate, garçom, jardineiro, mensageiro e vereador do interior. Mancha a imagem de um vencedor.

E foi aí, fora do caminho dessa trajetória de vitórias é que Mecias deixou de ser vice-governador e senador da República, por que quis sê-lo - ora uma coisa ora outra - agindo como poderoso presidente da ALE, retaliando, medindo força, mostrando o seu poder. Esqueceu da humildade de um menino engraxate, da gentiliza de um garçom e da destreza de um jardineiro.

Se Mecias tivesse feito como fez quando deixou de engraxar sapatos e passou a trabalhar como garçom, depois como mensageiro, depois eleito vereador, deputado estadual e quatro vezes presidente da ALE, lembraria que não foi na truculência - e sim, com inteligência - que construiu e atravessou aquelas pontes. Isso, até as pedras soltas do Beiral sabem.

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