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ENTREVISTA - Angela Portela

\'Minha primeira opção é a disputa pela reeleição \'


A senhora quer ser candidata ao Senado?
A candidatura majoritária, ao Governo ou Senado, passa por muitas discussões. Ninguém é candidato apenas pela sua própria vontade. É preciso que haja algum clamor. A minha primeira opção é a disputa pela reeleição à deputada federal, mas parte do nosso grupo político - que além do Partido dos Trabalhadores inclui outros partidos da base de apoio ao presidente Lula - defende minha candidatura ao Senado. Esta iniciativa parte da análise de pesquisas internas feitas nos últimos dois anos e também da observação da conjuntura política atual, que revela a possibilidade do PT preservar os dois mandatos que tem atualmente, se invertermos as posições, comigo disputando o Senado e o senador Augusto Botelho indo para deputado federal.

Mas o senador Augusto quer disputar a reeleição?
É perfeitamente compreensível, mas repito: a definição dos cargos não depende apenas da nossa vontade pessoal. Existe muita discussão interna para definir o que é melhor para o partido, para o grupo político no qual este grupo está inserido e, principalmente, o que será melhor para um possível terceiro mandato do PT na Presidência da República, com Dilma Rousseff. Precisamos manter nossa bancada forte no Congresso para votar projetos importantes para o futuro do país e para manter as conquistas do governo Lula, que são inúmeras.

O PMDB estaria trabalhando contra sua candidatura ao Senado?
A gente ouve muita coisa, mas esta não é uma questão fundamental no processo de escolha dos candidatos do PT. O senador Romero Jucá é um aliado importante do governo Lula que tem muitos serviços prestados ao Brasil e a Roraima. Fomos aliados nas últimas eleições e vencemos duas vezes a disputa pela Prefeitura de Boa Vista. Temos todo o interesse que ele continue sendo senador e contribuindo para o País, mas nesta eleição estaremos em coligações diferentes. E não podemos esquecer que hoje o PT tem um senador por Roraima e o PMDB tem outro. Nossa vontade é que continue assim. Não vamos abrir mão da nossa vaga para facilitar uma eventual candidatura do PSDB. Principalmente considerando a importância do Senado para a implantação de projetos importantes para o País que o nosso partido defende e continuará defendendo em 2011.

Neste sábado o Partido dos Trabalhadores realiza seu encontro estadual. O que vai ser decidido?
Esperamos sair do encontro com nossas candidaturas definidas, as coligações e o palanque de nossa presidente, Dilma Rousseff. O PT é um partido que atua de forma democrática. Todos os seus membros têm direito a voz e a maioria decide. Certamente haverá ainda muito debate, posicionamentos contraditórios, por isso é importante conversar, aparar arestas para que o partido esteja unido. Nosso objetivo é manter esse modelo político, econômico e social que vem sendo conduzido com tanto sucesso pelo presidente Lula.

Com a saída do deputado Mecias de Jesus (PR) da disputa pelo Senado, anunciando apoio ao candidato Neudo Campos (PP) a senhora espera que ele também apóie sua candidatura?
Eu diria que o apoio do deputado Mecias é, além de muito bem vindo, fundamental para qualquer grupo político que queira vencer a eleição contra a máquina pública sustentada pelo Governo do Estado. Ao longo de nossas histórias em Roraima sempre tivemos excelente relacionamento com o deputado Mecias. Se isso se reverter em apoio recíproco nestas eleições, será melhor ainda.

E a coligação com o deputado Neudo Campos (PP). O PT vai apoiá-lo para o governo?
Entendemos que precisamos de um palanque forte nesta eleição, que permita levar nossas propostas a todos os municípios e comunidades de Roraima. A candidatura ao governo do deputado Neudo Campos oferece este palanque, com a possibilidade de apresentar um contraponto ao modelo de governar Roraima que vemos hoje. O modelo que queremos é o que está dando certo em todas as demais regiões do Brasil. Por outro lado, em nível nacional, o Partido Progressista firmou acordo com o Partido dos Trabalhadores para a formação do palanque de Dilma Rousseff em Roraima. E para o PT local, não existe caminho diferente da candidatura presidencial de Dilma Rousseff.

E como fica a candidatura de Dilma Rousseff/Michel Temer em Roraima se o PT e o PMDB estarão em coligações diferentes aqui no Estado?
Não existe nenhum risco para a candidatura Dilma. Nas ações voltadas para a eleição presidencial, vamos trabalhar com todos os partidos aliados, tanto no plano nacional quanto na esfera estadual e nos municípios. Uma candidatura presidencial tem uma dimensão muito maior e comporta muitos aliados que, às vezes, têm divergências no plano local. Acredito que todos que querem somar com a campanha de Dilma estão pensando num futuro melhor para o nosso país, nossos filhos e netos. O PMDB e todos os demais partidos aliados serão bem vindos no palanque de Dilma.

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