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EDITORIAL

Políticas de desenvolvimento, eis a questão


 

Políticas de desenvolvimento,
eis a questão

Roraima pode ser considerado hoje um pólo universitário. Detém nada menos que 25 mil alunos distribuídos nas diversas instituições de ensino superior – privadas e públicas. Cerca de 6% de sua população. Isso significa que até 2015 serão pelo menos 30 mil profissionais formados, em busca de uma colocação no mercado de trabalho.

Desse contingente, não há de se negar que alguns partirão para desempenhar funções em outros rincões brasileiros. Já vem acontecendo tal fenômeno. Mas a grande maioria ficará mesmo no estado. Daí, a necessidade de os governos, em todos os níveis, definirem políticas de desenvolvimento capazes de absorver tamanha massa de mão de obra especializada.

Política de desenvolvimento não significa necessariamente criar frentes de trabalho atreladas aos cofres públicos, abrindo o leque do empreguismo nas tetas do Erário, a chamada economia do “contracheque chapa branca”. Mas sim, criar condições propícias a que a iniciativa privada possa deslanchar, gerando os empregos necessários.

As micro e pequenas empresas precisam de ambiente próprio para proliferar em Roraima. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), elas são campeãs no país. Respondem por 98% de todas as empresas instaladas. Detém 28% do faturamento corporativo; são 20% do Produto Interno Bruto (PIB); e garantem 53% dos empregos em território nacional.

Sem dúvida, o ensino superior não é o único, mas um dos melhores caminhos para se abrir uma micro ou pequena empresa com chances de sucesso. Aliás, a corrida em busca do aprimoramento pessoal em Roraima teve seu “start” em 2003, quando ocorreram os primeiros concursos públicos para preenchimento de vagas nos diversos quadros do serviço público estadual.

A busca pelo ensino superior não atingiu apenas os jovens, mas também gente de idade relativamente avançada. Como efeito cascata, a melhoria de conhecimentos trouxe consigo a qualidade de vida. Basta ver o número de moradias precárias (cortiços) que cedeu lugar a modernos condomínios.

O fato de a Caixa Econômica Federal investir maciçamente no setor da construção civil em Roraima é altamente positivo. Porém, em termos de desenvolvimento, insuficiente para sustentar a demanda que se avista longo ali, na esquina. É preciso mais. E esse mais deve ser pensado com destemida urgência.

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