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EDITORIAL

Administrando o caos


Administrando o caos

Acordar no meio da noite e, ao se levantar da cama, notar que a água dentro de casa dá no meio da canela não deve ser uma boa experiência. Mas foi isso o que sucedeu esta semana a várias famílias que habitam locais críticos como áreas de baixada nos bairros Buritis, Jardim Floresta e Tancredo Neves, entre outros. 

A chuva que caiu no fim da tarde de quarta-feira e se estendeu por 16 horas ininterruptas foi suficiente para alagar casas e colocar na rua pelo menos 20 famílias em diversos pontos da Capital.

Deixou também ruas e avenidas interditadas ou por queda de leito da via (rompimento de bueiros), o caso da Avenida General Atayde Teive próximo à Vila Militar, ou por queda de árvores, como amanheceu quinta-feira na Avenida Santos Dumont, no bairro São Francisco. 

Não são poucas as áreas localizadas na cidade de Boa Vista que, reconhecidamente problemáticas, apresentam riscos de alagamentos a cada inverno. Entra ano e sai ano e as autoridades envolvidas com o assunto parecem apostar na sorte. Não se preocupam em realizar um trabalho de drenagem eficiente, capaz de afastar os iminentes riscos.

Limpeza de valas, desobstrução de bueiros e construção de galerias pluviais são o que menos se vê em termos de obras em andamento. Há um consenso popular que diz que tais ações não agradam aos políticos exatamente porque, subterrâneas, não servem de carta de recomendação capaz de se transformar em votos.

Parece ser mais fácil reconhecer o caos depois de instalado que executar as medidas preventivas necessárias para evitá-lo. Os atos capazes de remediar os prejuízos – se é que isso seja possível – eram claramente previsíveis e poderiam ter sido executados antes do temporal desabar sobre a cidade. Não foram ou por comodismo da administração ou por inépcia de gestão.

Exemplo: prevendo as dificuldades, entre as providências estaria a criação de uma comissão gestora de crise, o que não foi feito. Agora, depois do leite derramado, o prefeito fala em nomear tal comissão. Agora é tarde! As pessoas atingidas estão precariamente sendo socorridas pela Defesa Civil do estado.

O mínimo que se espera de uma boa administração da cidade é o monitoramento das prováveis áreas críticas e, além dos trabalhos exigidos e efetivamente executados, mostrar ser capaz de enfrentar os conflitos. Em outras palavras, trabalhar com planejamento. Afinal, é para dar respostas às necessidades da população que as autoridades são eleitas. Ou não?

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