EDITORIAL

Indo além das possibilidades

As pessoas portadoras de alguma deficiência física, finalmente, poderão contar com um local apropriado para minimizar suas necessidades. Trata-se do Viva Comunidade, um centro destinado a  oferecer serviços especializados de assistência social, fisioterapia, psicologia e tantos outros, visando a transformar a dura realidade dessas pessoas em algo mais aceitável em termos de vida ativa.

Já estava em tempo de o Governo do estado se voltar um pouco mais para esse segmento que, apesar de apresentar falhas de mobilidade, traz dentro de si uma acirrada ânsia por mostrar que é capaz, que não está morta, e que, muito menos, pode ser considerada peso morto para a sociedade.

Um exemplo disso está nas páginas amarelas da revista Veja desta semana (12 de maio). Sem mexer qualquer músculo do queixo para baixo em razão de um acidente automobilístico no qual quebrou o pescoço, a paulista Mara Gabrilli, hoje com 40 anos de idade, foi a primeira titular da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da cidade de São Paulo.

Mara Gabrilli foi também a fundadora de uma organização não governamental (ONG) de apoio a pesquisas e atletas com deficiência. Isso mostra que a falta de mobilidade não foi capaz de lhe solapar o senso empreendedor, enfim, de lhe roubar a ânima (do latim, alma, o amor pela vida).

A sensibilidade da Secretaria de Promoção Humana e Desenvolvimento (Sephd) de Roraima é algo louvável sob todos os aspectos, exatamente por devolver a esperança às pessoas que têm nas rodas de uma cadeira as funções próprias das pernas. Sem dúvida, o Viva Comunidade será o “start” para o deslanchar do fabuloso potencial  que habita em cada uma das pessoas que atenderá. 

As sessões coletivas de psicologia, por exemplo, irão injetar nessa gente a certeza de que há uma atividade qualquer que lhe fará importante para a vida em comunidade. O desafio será descobrir essa veia. Normalmente, atividades culturais ou artísticas. Que seja!
O centro será importante no sentido de lhes mostrar que enquanto há vida há um frenesi a lhes impulsionar a ir cada vez mais longe. A alcançar além das possibilidades.