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EDITORIAL

O poder que alucina


O poder que alucina

O senador Augusto Botelho está manchando sua história com esse apego exacerbado ao cargo. Está valorizando ao extremo o poder que o Senado lhe outorga por ser um de seus membros. Poder que, no caso dele, tem sido mais litúrgico que prático, lembrando a rainha da Inglaterra ou ministro sem pasta.

Esses oito anos quase completos de mandato foram de uma apatia pífia, que resultaram na grande rejeição ao seu nome, hoje, a ponto de incutir no eleitorado e nos próprios membros do PT a disparada preferência pela deputada Angela Portela.

Augusto não disse o que foi fazer na Câmara alta do Parlamento brasileiro, mas briga, bate o pé, faz beicinho para aqui permanecer. Promete escrever cartas "ao povo de Roraima" rasgando a mortalha. Ameaça jogar no ventilador supostas irregularidades registradas no seio do seu partido. Puro desespero de causa.

Apego mais que desenfreado a manchar a bela história de vida que esse adepto de Hipócrates construiu profissionalmente ao longo de mais de 20 anos em Roraima. Como médico, deu esperança às pessoas necessitadas, atendeu, operou, enfim, salvou vidas.

Já ficou claro ao eleitorado que Augusto não carrega no sangue o dom que forja o cenho do político atuante, articulado. Carrega sim, o dom para a Medicina, profissão das mais valiosas e das mais necessárias em Roraima. O poder pelo poder é algo deletério que, definitivamente, não combina com o seu caráter. Por isso, amigos hoje se surpreendem com esse apego ao cargo.

Um passado digno mostra sua verdadeira personalidade. Fala por si só. É com dignidade e não com egoísmo e individualismo que Augusto Botelho poderá crescer diante não só do eleitorado, mas, principalmente, dos pacientes necessitados de um afago do seu médico.

Persistir em permanecer candidato à re-eleição diante de todas as correntes contrárias é se apequenar. É recalcitrar contra tudo e contra todos diante da realidade apontada pelas pesquisas. Dignidade e grandeza em saber seus limites todo homem deve ter.

Se seu objetivo maior é servir Roraima, como deputado federal poderá fazê-lo e muito bem. Ou, simplesmente voltar a consultar os pacientes, operar e salvar vidas. Afinal, na política não há remédio algum capaz de tratar a patologia crônica que acometeu, desde o início, o seu anêmico mandato.

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