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EDITORIAL

Aposentadoria compulsória


Aposentadoria compulsória

O deputado federal por São Paulo e professor universitário Antônio Delfim Netto completará no sábado, 1º de maio, 82 anos de idade. Em plena forma. Talvez não física, mas, como se costuma dizer por aí, com a corda toda quanto à produtividade intelectual.

Além de “costuras políticas” diárias na Câmara, o economista formado pela Universidade de São Paulo (USP) publica regularmente artigos sobre economia na coluna Sextante da revista Carta Capital.
Seu último “produto mental” foi publicado no dia 17 deste mês, e tem como título Fator Escasso, onde ele questiona o fato de faltar moralidade aos mercados financeiros, e que a crise não contribuiu para conter a cobiça.

O carioca Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, ou simplesmente Oscar Niemeyer, o arquiteto, acaba de completar 102 anos sem perder a verve. Além do excepcional projeto que fez nascer num ponto perdido no Planalto Central a Brasília dos sonhos de Juscelino Kubistchek, Niemeyer é autor de projetos aprovados e executados mundo afora.

No ano passado, ele foi um dos ícones a brilhar no XXXIII Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo, realizado no Ginásio do Mineirinho (Complexo Esportivo da Pampulha), em Belo Horizonte (MG), onde recebeu membros da comissão organizadora para gravação de um bate-papo exibido aos dois mil participantes do encontro.

Esses dois exemplos de anciãos em atividade plena servem para mostrar que se o brasileiro tem condições de continuar produzindo vida afora seria boçalidade marcar uma data para o lançar ao estaleiro, à aposentadoria compulsória.

Hoje existe, sim, essa data: 70 anos. A elasticidade desse prazo, para 75, é motivo de discussão no Congresso Nacional.  Aprovada no Senado, a proposta está em via de entrar em votação na Câmara.

Não cabe dúvida de que há quem prefira deixar de trabalhar o mais cedo possível. Mas há também quem se sinta bem sendo útil, desenvolvendo um trabalho qualquer que lhe complete como ser humano. Esses não querem ser estorvo.

Para se chegar a um consenso diante do dilema, sem que se arbitre levianamente um momento exato em que o ser humano deve ser considerado um embaraço à socieade, é preciso mesmo que se aprofunde ao máximo a discussão. Muita gente, com certeza, agradecerá.

 

 

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