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EDITORIAL

Punição, eis o melhor exemplo


Punição, eis o melhor exemplo

A igreja católica no Brasil, a exemplo do que ocorre em vários países, vive em pandarecos com o pipocar da bolha da pedofilia em suas entranhas. O caso mais recente estourou em Arapiraca, Alagoas. Lá, um monsenhor teve a prisão decretada pelo juiz Rômulo Vasconcelos, enquanto outro, também suspeito do mesmo crime, está impedido de deixar a cidade.

– Eu quero dizer a vossa excelência uma coisa: não sou pedófilo –, tentou se safar o padre de 84 anos de idade, diante da CPI da pedofilia. Mesmo negando o crime, o ancião de batina fora facilmente desmentido por uma prova inconteste: um vídeo em que o religioso aparece “fazendo amor” com um adolescente.

Além dele, estão presos também seu motorista e secretária, ambos acusados de mentir na CPI, que ouviu 26 depoimentos durante três dias naquela cidade. Um terceiro padre confirmou todas as denúncias à CPI e admitiu o uso de dinheiro dos fiéis para atrair adolescentes. Ele entrou para o programa de Apoio e Proteção às Testemunhas.

Apesar de a pedofilia aparecer em todos os tipos de pessoas, “o comportamento dos padres, nesses casos, é negativo, é grave e é escandaloso", enfatizou o cardeal Tarcísio Bertone, secretário de Estado do Vaticano. Ele relaciona a patologia mais à homossexualidade que ao celibato imposto aos padres. Há controvérsia.

O que está em pauta aqui, no entanto, é o ato criminoso em si. Há que defenda a pena de morte para esse tipo de crime, a exemplo de tantos católicos leigos que pregam a pena capital para criminosos de outros quilates.

Aliás, parece que entre o mar e o rochedo, o marisco é mesmo o religioso leigo, aquele que quer exercitar a fé. Se na igreja católica explodem casos de pedofilia, em alguns segmentos evangélicos, o bicho papão chama-se a busca desenfreada pelo lucro por parte de voluptuosos pastores e bispos.

Um vídeo entregue ao Ministério Público de São Paulo por um ex-voluntário da Igreja Universal revela a pregação combinada entre os bispos da cúpula da igreja ensinando como os pastores, na ponta, devem fazer para arrancar dízimos dos fiéis em meio à crise econômica de 2008.

Seria leviano da parte deste Fontebrasil generalizar as ações nefastas experimentadas tanto pela igreja católica como por alguns segmentos neopentecostais. É claro que esses desvios não são regra e sim exceção. Existem padres centrados nas questões religiosas, assim como a grande maioria do segmento evangélico busca a verdadeira pregação da Palavra de Deus.

Isso, no entanto, não isenta os culpados de punição à luz da legislação pertinente. Roubar de meninos o sonho que os embala, de serem, no futuro, homens dignos, assim como vender idéias distorcidas da Bíblia, usando a má fé (crime de estelionato), são delitos inadmissíveis a manchar a fé de incautos.

Admitamos: a pena capital é exagero, mas que os pilhados em tais procedimentos devem amargar alguns anos numa cadeia, lá isso devem! A impunidade, nesses casos, funciona como fator de incentivo à delinquencia. Deve ser evitada a qualquer custo. 

 

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