00:00:00

Aroldo Pinheiro

A família e as pulseirinhas


A família e as pulseirinhas

Sou do tempo em que as famílias se sentavam à mesa, na mesma hora, para fazer refeições e, durante almoço ou jantar, eram discutidos assuntos do dia a dia. Desempenho na escola, dificuldades financeiras, programação para fins de semana, brigas durante brincadeiras com vizinhos...

Sou do tempo em que um relacionamento afetivo, para engatar, levava dias, meses. Tinha uma sequência. Troca de olhares, conversa informal, convite para cinema, dança de rosto colado, uma pegada de mãos. Beijos furtivos? Só depois de muito tempo. Intimidades físicas? Só para namorados de longas datas. Namorados que planejavam levar o relacionamento para a vida inteira.

E eis que surgem as pulseirinhas de silicone. Pulseiras ingênuas foram transformadas em códigos. Admirem-se. Códigos que podem levar ao sexo. Pasmem. Sexo entre crianças. Descabelem-se. Crianças de oito, nove anos de idade, são forçadas a aderir às regras da brincadeira. Desesperem-se. Crianças são coagidas por crianças a fazer valer os códigos da brincadeira. Brincadeira? Que brincadeira é essa que rouba ingenuidade e pureza de nossos filhos?

Não podemos condenar as pulseirinhas de silicone. Elas sempre servirão de simples adornos para o ser humano que, desde as mais remotas épocas, gosta de se enfeitar. Temos que rever e repensar relacionamentos intrafamiliares. Temos que rever o trabalho dos educadores. Temos que vigiar e orientar nossos filhos sobre o que os meios de comunicação trazem para nossos lares.

Não falo em proibição. Sabemos que o proibido atrai. Falo em orientação. Por falta de orientação e de meios saudáveis de convivência, estamos perdendo nossos filhos.

A base da educação está na família.

Últimas Postagens