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EDITORIAL

Asneira desmedida!


Asneira desmedida!

A pretensão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), presidido pelo conselheiro Manoel Dantas, desafeto declarado – e por razões pessoais – do governador José de Anchieta, de embargar as obras de revitalização da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Jatapu soa, no mínimo, estranha.

Todos são sabedores que a região sul do Estado há muito sofre com a falta de energia elétrica. Esse estado de coisas foi motivado pelo desleixo e pouco causo com que aquela usina fora tratada pelos governos desde 1995.

Agora, exatamente quando se vislumbra uma porta de saída para a crise, surgem comentários tão desairosos. E pior: de onde não deveriam surgir, suscitando ilações nada animadoras.

Os recursos, da ordem de R$ 200 milhões, que serão usados na recuperação daquela usina geradora de energia foram levantados por meio de empréstimo legalmente instituído, contraído com a devida anuência da Assembléia Legislativa. Portanto, legal.

Este Fontebrasil se vê obrigado a concordar com o deputado Márcio Junqueira (DEM), quando sugere caber ao TCE, dentro de sua reconhecida linha de ilibada conduta, não fazer pré-julgamentos, mas acompanhar o andamento das obras e, caso detecte irregularidades, aí sim, agir de pronto, consoante o que determina a Lei.

Fora disso, qualquer ação precipitada dá razão àqueles que pensam que o start tenha sido mesmo a querela pessoal que existe entre o presidente do TCE e o governador. Afinal, quer queira, quer não, 2010 é ano de eleição. Qualquer rusga pespegada na biografia do futuro candidato José de Anchieta Júnior redundar em dividendos eleitorais para o pretenso candidato Neudo Campos.

Pode até não ser o propósito do embargo, mas, olhando pelo retrovisor do tempo, chega-se facilmente ao dia “D” e hora “H” em que Manoel Dantas é nomeado e empossado conselheiro do TCE. Pelas mãos de quem?

Outra pergunta pertinente: por que o TCE não promoveu devassa no governo Neudo, quando este deixou, de forma escandalosa, de aplicar os recursos destinados à eletrificação rural? E o “Caso Gafanhotos”, por que não fora objeto de fiscalização naquela corte de contas diretamente envolvida?

Cá, neste Fontebrasil, fazemos nosso o pedido de Márcio Junqueira: que não queira o TCE, a esta altura dos acontecimentos, politizar uma ação de governo que tantos benefícios trará para a população do sul do Estado que não tem cargos com altos salários e nem familiares com empresas fornecendo e prestando serviços às administrações públicas. Isso, sem dúvida, seria uma asneira desmedida, verdadeiro despautério.

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