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Eleições 2010

Dilma critica oposição por tentar \'carona\'


Em reunião do PR, Dilma critica oposição por tentar \'carona\' no governo Lula

Ex-ministra participou de encontro que elegeu novo presidente da sigla.
Dilma recebeu apoio informal do partido em encontro na Câmara.

Débora Santos Do G1, em Brasília

 

  • Como eles podem continuar o governo Lula se passaram os últimos sete anos e meio criticando esse governo? Antes de mais nada, eles são anti-Lula"

Em seu primeiro compromisso público depois de ter deixado a Casa Civil, a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, criticou nesta segunda-feira (5) os partidos de oposição que dizem que darão continuidade ao governo Lula caso ganhem as eleições de outubro. As críticas foram feitas durante reunião do  Partido da República, que elegeu nesta segunda o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento como novo presidente da sigla.

 

“Outro dia eles mostram patinha de lobo ao cometer um ato falho e falar mal de tudo”, afirmou. “Como eles podem continuar o governo Lula se passaram os últimos sete anos e meio criticando esse governo? Antes de mais nada, eles são anti-Lula.”

 

Sem citar nomes, a ministra disse que “as pessoas” [da oposição] teriam a intenção de acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento, o Bolsa Família e mudar a política econômica que tem sido adotada pelo governo Lula. 

 

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou que a ex-ministra mente e que estaria seguindo uma prática usada pelo PT desde 2006. “O povo já conhece essas mentiras e esse terrorismo e não vai cair neles novamente. Patinhas para cá, patinhas para lá não merece resposta”, disse Guerra em nota divulgada pela assessoria do partido.

 

Apoio

Dilma recebeu o apoio informal do PR. Apenas em junho o partido deve formalizar o apoio à corrida de Dilma à Presidência. A ex-mimistra foi aplaudida de pé durante o encontro, realizado na Câmara dos Deputados.

 

Dilma destacou a contribuição do PR para o governo Lula. “Estamos reafirmando uma aliança que está ajudando a mudar o Brasil. É muito significativo que meu primeiro encontro depois que deixei a Casa Civil seja com um dos partidos mais importantes do país.”


Ao assumir a presidência do PR, Nascimento fez questão de reforçar apoio à candidata do presidente Lula. “Nós do PR temos a obrigação de não permitir que esse projeto começado pelo presidente Lula seja interrompido”, afirmou.


A ex-ministra destacou o papel do ex-ministro dos Transportes no governo Lula como um dos gestores do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal programa do governo.


Em seu discurso, Dilma alfinetou o PSDB, que tem com o pré-candidato à Presidência o ex-governador de São Paulo José Serra. “Posso dizer que o povo brasileiro não vai voltar atrás. Com o governo Lula o país conseguiu crescer a economia e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, do mais humilde ao mais rico”, declarou.

 

Entrevista

Em entrevista nesta segunda à rádio Jovem Pan, a ex-ministra disse que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), tem “todas as qualificações” para pleitear a candidatura a vice-presidente em sua chapa. 


O PMDB vai saber indicar o melhor nome para compor a chapa. Até agora, o nome cogitado tem sido o do deputado Temer que, sem sombra de dúvida, é um paulista respeitado, presidente da Câmara e tem todas as qualificações para pleitear o posto

 “O PMDB vai saber indicar o melhor nome para compor a chapa. Até agora, o nome cogitado tem sido o do deputado Temer que, sem sombra de dúvida, é um paulista respeitado, presidente da Câmara e tem todas as qualificações para pleitear o posto”, disse.

 

Ela afirmou ainda que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que era cotado para a chapa mas desistiu, “seria um bom candidato a qualquer cargo que pleiteasse”.


A ex-ministra também comentou o apagão ocorrido no segundo mandato do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “Acredito que houve um problema seríssimo naquelas circunstâncias. Entre 2000 e 2002, o Brasil visivelmente ficou sem energia. Não estou falando de linha de transmissão, estou falando de quantidade de energia para ser entregue. (...) Como é que um racionamento, a falta de energia acontece? Não acontece de um dia para o outro. Ele acontece porque você não planeja", afirmou.

 

Dilma disse ainda que tem uma relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “para além da política”. “Tenho por ele um sentimento muito forte de amizade e respeito”, afirmou, acrescentando que sempre irá consultar Lula e respeitar sua opinião.

 

Inaugurações

A ministra Dilma Rousseff afirmou que não pretende participar de inaugurações de obras do atual governo. Ela explicou que apesar de não estar proibida de comparecer aos eventos, não pode se manifestar nas inaugurações por imposição da legislação eleitoral, uma vez que já não é mais ministra.

 

Além disso, segundo ela, essa não será a linha de campanha que pretende seguir. “Eu posso ir mas não vai ser dominante na minha agenda.”


Dilma, no entanto, afirmou que vai olhar de longe a entrega de obras do governo como quem cuida e valoriza o próprio trabalho. A ex-ministra, chamada pelo presidente Lula de “mãe do PAC”, disse ainda que o Programa de Aceleração do Crescimento tem “vários pais” e um deles é o ex-ministro Alfredo Nascimento.

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