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Casa do Estudante de Boa Vista vira moradia de pombos
Completo abandono. É o único termo que vem à mente hoje quando se visita a Casa do Estudante, localizada no bairro Asa Branca. Criada há oito anos, a casa é destinada a abrigar estudantes universitários e do Centro Federal de Ensino Tecnológico (CEFET) que moram no interior do estado e não têm onde ficar em Boa Vista. Depois da onda de demissões em Roraima, por conta do ajuste administrativo que o governo do estado promoveu nos últimos meses, a Casa do Estudante teve todos os servidores dispensados (20 ao todo), com exceção da diretora.

Completo abandono. É o único termo que vem à mente hoje quando se visita a Casa do Estudante, localizada no bairro Asa Branca. Criada há oito anos, a casa é destinada a abrigar estudantes universitários e do Centro Federal de Ensino Tecnológico (CEFET) que moram no interior do estado e não têm onde ficar em Boa Vista. Depois da onda de demissões em Roraima, por conta do ajuste administrativo que o governo do estado promoveu nos últimos meses, a Casa do Estudante teve todos os servidores dispensados (20 ao todo), com exceção da diretora. Até a ajuda na alimentação dos estudantes que o governo do estado destinava à casa foi suspensa. Os 14 estudantes que ainda utilizam o local para morar, quatro deles da África, passam por uma situação difícil, tendo que se virar para conseguir alimentação. Alguns ainda conseguem trabalho, mas outros são impedidos devido o horário das aulas na universidade ocupar os dois turnos, manhã e tarde. Eles acabam apelando para os familiares, no interior, que na maioria dos casos não têm condições financeiras suficientes para mantê-los na cidade. "Desde que os funcionários foram demitidos, a situação aqui ficou crítica. Só tem uma funcionária, que é a diretora, que não pode fazer nada, a não ser esperar que o governo do estado tome alguma providência", desabafa um estudante que preferiu não se identificar, ao revelar que houve dias em que pensou que passaria fome. O espaço físico também está comprometido em todos os sentidos. Há rachaduras nas paredes, infiltrações em vários pontos dos dois pavilhões, o forro virou moradia de centenas de pombos. Neste último caso, é possível encontrar nos fundos do segundo pavilhão um monte de esterco de pombo, que caiu do forro, de aproximadamente 100 kg. A sala de jogos está vazia, sem nenhum equipamento que justifique o nome. Da mesma forma encontra-se a biblioteca, sem livros. O banheiro feminino está com infiltrações e, no pátio, há lâmpadas queimadas e penduradas. O espaço externo está coberto pelo mato e a quadra de esportes abandonada. A impressão que se tem, mesmo olhando de longe, é de que o local está abandonado há anos. "O espaço físico da casa só não está em piores condições porque nós nos revezamos, nas horas vagas, na limpeza dos cômodos que ocupamos", conta o estudante.
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